As tecnologias ao serviço da gestão do alojamento local
Gerir um negócio de Alojamento Local requer disponibilidade e dedicação. E as tecnologias, mais do que tudo, podem ser um elemento facilitador.
Em 2008, longe estavam as cidades de imaginar o poder que o decreto-lei n.º 39 de 07 de março lhes iria conferir. Foi este decreto que apresentou, pela primeira vez aos empreendedores portugueses, a figura do alojamento local. E toda uma nova dinâmica urbana parece ter tomado conta das cidades. Legislação para cá, estudos para lá e polémicas quanto baste deram corpo e alma a um enredo novelesco que mudou o ritmo e o cenário das urbes.
Tomemos como exemplo Lisboa. O impacto do Alojamento Local (AL) na economia da Área Metropolitana de Lisboa (AML) em 2016 superou os 1.660 milhões de euros, representando 1% do PIB gerado nesta região, de acordo com um estudo do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa.
Este resultado advém de um impacto direto de 285,9 milhões de euros, do alojamento e outras prestações de serviços, de um impacto indireto de 549,6 milhões, relativo aos gastos pelos turistas em AL, e de um impacto induzido de 829,8 milhões, considerando o efeito multiplicador na economia e nos setores a montante e gastos de colaboradores.
Feitas as contas, e considerando o somatório dos seus benefícios diretos e indiretos, o peso do AL no Turismo da AML em 2016 foi de 18,3%, representando o tal 1% do PIB gerado nesta região. E, tão ou mais importante do que tudo isto, o Alojamento Local, em 2016, foi responsável pela criação de 5.706 postos de trabalho diretos e 13.439 indiretos, tendo pago 51,4 milhões de euros em salários e retribuições.
O “segredo” do SOHO
Mas gerir um negócio de Alojamento Local não é como alugar uma casa por seis meses ou um ano a um único inquilino, onde as necessidades de deslocação e disponibilidade são mínimas. No alojamento de duração temporária, ou curta duração, é necessária dedicação, organização e claramente disponibilidade. E, obviamente, tecnologia. Ou melhor, é precisamente essa tecnologia que lhe vai permitir e garantir a disponibilidade e organização necessárias para responder às solicitações dos potenciais utilizadores dos espaços locais.
Assim, as empresas mais pequenas ou empreendedores organizados de forma individual, muito têm a lucrar da contratação de uma série de serviços prestados por operadores de Tecnologias de Informação, denominados “As a Service”, que poderão ajudar a tornar o negócio num verdadeiro escritório virtual. Hoje, com a convergência de pacotes de comunicações com “tudo incluído”, os negócios conseguem, a preços altamente competitivos e que antes apenas estavam disponíveis para grandes estruturas, adequar os serviços às suas necessidades, pagando apenas o que se consome e garantindo segurança, ferramentas de produtividade, colaboração, equipamentos e, não menos importante, suporte técnico a qualquer hora.
Cloud “forever”
Uma das características que a gestão do Alojamento Local requer é a tal disponibilidade para responder aos emails, aos comentários, críticas e mensagens deixados nas plataformas, onde a Airbnb ganha particular destaque. Daí que poder fazê-lo em qualquer lado e a qualquer hora é deveras importante, a não ser que queiramos ficar “refém” de um escritório físico. A mobilidade, hoje, impõe-se, pelo que o alojamento e as tecnologias em cloud podem ser um excelente aliado. O baixo custo de investimento, a possibilidade de escalar a disponibilidade de forma fácil e rápida e as garantias de performance e segurança são fatores que atraem os gestores para estas opções, seja em novas soluções de software ou migrando as plataformas existentes. Grande parte das empresas já adotaram soluções baseadas em cloud computing, sobretudo em algumas áreas como o email, backup e disaster recovery, CRM e alojamento de sites ou bases de dados.
Todas estas ferramentas contribuem para, de alguma forma, aumentar a popularidade do seu imóvel e, consequentemente manter os níveis de ocupação elevados, mesmo em época baixa. E comunique. Utilize todos os meios e mais alguns para comunicar.
E se não tem essa disponibilidade para o fazer, mesmo com a ajuda da tecnologia, o melhor é mesmo equacionar recorrer aos serviços de uma empresa especializada em Alojamento Local.
Razões para investir em AL
Vamos outra vez a contas. Imaginemos um T1 de 45 m2. Se o arrendarmos a cerca de 7.200/ano no mercado de arrendamento, sensivelmente 600 euros por mês, a mesma unidade, no mercado do turismo e com uma taxa de ocupação média de 50%, poderá facilmente chegar aos 11.700 euros por ano. Uma diferença significativa que não é contrariada pela tributação fiscal.
Explicado de uma forma mais ou menos simples, os rendimentos obtidos por esta atividade podem ser tributados através da categoria B, como trabalhador independente, ou pela categoria F. Se optar pela B (regime simplificado), paga impostos sobre 35% do valor recebido e os restantes 65% são consideradas despesa inerentes à atividade. Caso opte pela tributação pela categoria F, poderá optar por englobar os rendimentos ou tributar os rendimentos prediais à taxa de 28%.
Especialistas defendem que mesmo considerando custos de manutenção muito mais elevados, típico dos alojamentos de curta duração, as vantagens económicas para os proprietários do negócio do arrendamento local podem ser significativas.
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