Georges Kern no cockpit
O lançamento da “nova” Breitling ocorreu num jantar de gala, em Zurique, com a presença de 600 convidados.
A Breitling, desde sempre famosa pelos seus cronógrafos e pelos laços fortes à aviação, tem na nova colecção Navitimer 8 a primeira assinatura da equipa liderada por Georges Kern. O CEO da Breitling foi buscar Guy Bove (ex-IWC, ex-Chopard) para Director Criativo. Bove inspirou-se no departamento criado em 1938 por Willy Breitling, o Huit Aviation Department, para a produção de relógios de cockpit e de pulso. O nome “huite”, oito em francês, aludia à autonomia para 8 dias dos relógios para os painéis de instrumentos dos aviões da altura. Nasce, assim, a nova linha de aviação – a Navitimer 8. Já com um novo logótipo – as asas desaparecem.
No evento esteve presente o coleccionador Fred Mandelbaum, especialista em cronógrafos. Ele escolheu 60 peças do seu acervo, que ficaram expostas durante a gala e foram no dia seguinte mostrados em mais pormenor aos jornalistas.
A Breitling foi adquirida em Abril de 2017 pelo fundo de investimento CVC Capital Partners, com sede no Luxemburgo. A família Schneider, antiga proprietária, conservou 20 por cento do capital.
Georges Kern, responsável pela Divisão de Relojoaria do Richemont Group, foi convidado para a direcção da Breitling, sendo seu CEO desde Julho de 2017. Foi-lhe dada participação no capital da Breitling (20 por cento das acções).
Georges Kern explicou a nova estratégia da marca. A Breitling deixa de estar tão dependente de modelos de aviação. Passa a ter linhas dedicadas ao Ar, Mar e Terra. Privilegia a tradição de relógios que são “instrumentos para profissionais”. Mas quer entrar no mercado do relógio feminino.
Quanto à presença na Baselworld, este deverá ser o último ano em que a Breitling estará presente. E o seu famoso aquário gigante já não estará no stand da marca. Georges Kern e a sua equipa irão privilegiar o sistema de road-shows iniciado em 2018 em vez de se fixarem na tradicional feira mundial do sector. Mais um golpe para aquela que ainda é a maior feira de relojoaria do mundo mas que se debate com uma crise profunda.
Georges Kern falou de um “futuro lendário” reservado à Breitling. Quando anunciou, no Verão passado, a ida para a marca de que passou a ser accionista, escreveu na sua conta do Twitter: “Navigating my way to new horizons. Contrary to popular belief, the sky is NOT the limit; it is merely the beginning of something bigger”.
As boutiques mono-marca Breitling e os espaços nos pontos de venda multi-marca sofrem também alterações. O amarelo não é tão berrante, o ambiente é mais abrangente de um estilo vintage e menos ligado à aviação. Os espaços próprios deixam de ser boutiques e passam a chamar-se “lofts”. Os embaixadores deixam de ser individuais, privilegiando-se mais a ideia de “squad”, de grupos de pessoas, empenhadas numa missão comum.
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