Banca já deu mais de cinco mil milhões em crédito às famílias este ano
Os bancos e as financeiras dão cada vez mais crédito às famílias. Nos primeiros quatro meses do ano foram mais de cinco mil milhões de euros. Ou seja, mais mil milhões que no mesmo período de 2017.
A torneira do crédito está aberta, e os portugueses estão a aproveitar. Este ano, já vai em mais de cinco mil milhões de euros o montante do financiamento que as famílias foram buscar ao sistema financeiro português.
Este valor resulta da soma do crédito disponibilizado pelos bancos e pelas financeiras apenas nos quatro primeiros meses do ano. De acordo com os últimos dados do Banco de Portugal, este ano até ao final de abril, estes concederam às famílias 5.348 milhões de euros em crédito à habitação e ao consumo.
Este montante corresponde a um acréscimo de 23%, face ao verificado no mesmo período do ano passado. Em termos absolutos, foram mais cerca de mil milhões de euros, o maior crescimento homólogo desde pelo menos 2013. Ou seja, o ano a partir do qual o Banco de Portugal começou a disponibilizar dados mensais agregados do crédito concedido pelos bancos e pelas financeiras.
Crédito às famílias nos primeiros quatro meses de cada ano
Fonte: Banco de Portugal
O forte crescimento da concessão de crédito acontece num período em que os bancos e as financeiras estão de “portas quase escancaradas” para acolherem famílias em busca de financiamento. Querem dar crédito e a um custo cada vez mais baixo, o que é visível na descida dos spreads, e em específico no financiamento para a compra de casa.
A favorecer essa disponibilidade está também a melhoria das perspetivas económicas das famílias que veem a economia e a sua situação laboral a darem sinais de recuperação, mostrando-se assim mais disponíveis a assumir compromissos financeiros com as instituições financeiras e de crédito.
A recuperação dessa confiança é de tal ordem que, os mais de cinco mil milhões de euros de crédito concedido às famílias nos primeiros quatro meses de 2018 ultrapassam o montante disponibilizado na totalidade de 2012, ano marcado pela profunda crise económica em que Portugal mergulhou. Nesse ano, os bancos e as financeiras deram 5.160 milhões de euros em crédito à habitação e ao consumo.
Os atuais níveis de concessão de crédito são alimentados tanto pela via dos empréstimos para a compra de casa como para consumo.
Nos primeiros quatro meses deste ano, as famílias foram buscar aos bancos 2.969 milhões de euros em crédito à habitação. Este montante corresponde a um acréscimo de 630 milhões, ou de 27% face ao período homólogo, sendo ainda a quantia mais elevada de empréstimos com esse fim disponibilizada, em termos homólogos dos últimos oito anos.
Já no que respeita aos empréstimos ao consumo, no mesmo período, os bancos e as financeiras disponibilizaram 2.379 milhões de euros. Ou seja, mais 232 milhões de euros face ao verificado nos primeiros quatro meses do ano passado. A maior parcela desse valor foi concedida pelos bancos — 1.493 milhões de euros –, cabendo às instituições de crédito a fatia mais pequena — 886 milhões de euros.
Os bancos têm apostado em força na captação de crédito ao consumo, o que é bastante visível nos seus sites que servem de montra para promover este segmento de empréstimos. Em termos práticos, essa aposta faz com que cerca de dois em cada três euros de crédito ao consumo dados às famílias vem dos bancos e o restante das financeiras.
A disponibilidade das instituições financeiras para dar crédito já está mesmo a motivar a preocupação das entidades responsáveis. Estas preocupações já foram reveladas não só por governantes como pelo próprio regulador do setor. O Banco de Portugal avançou mesmo com uma recomendação aos bancos para que respeitassem o cumprimento de três tipos de limites na disponibilização de empréstimos às famílias.
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