A fatura da luz vai mudar. Mais transparente, mais simples de ler
A EDP investiu 600 mil euros na fatura, que começa a chegar a casa dos clientes já em outubro.
Os clientes da EDP vão passar a receber uma nova fatura. A empresa investiu 600 mil euros e trabalhou durante mais de um ano na conceção de uma fatura mais transparente e simples de ler, que chega a casa dos quase quatro milhões de clientes do mercado liberalizado de eletricidade e gás já em outubro.
“Reformulámos a fatura para que fosse mais clara e transparente mas mantendo toda a informação regulatória a que estamos obrigados. Procurámos torná-la mais gráfica e incluímos mais informação pedagógica, com dados sobre a eficiência energética do consumidor“, explicou Miguel Stilwell, presidente da EDP Comercial, que anunciou o lançamento da nova fatura num encontro com jornalistas que decorreu esta manhã, na sede da EDP, em Lisboa. A justificar as alterações na fatura está o facto de “grande parte das chamadas” feitas aos serviços de apoio da EDP serem para “tirar dúvidas”, reconheceu Miguel Stilwell.
Agora, o primeiro elemento a aparecer nas faturas, em destaque, será o valor a pagar, discriminado por categoria (eletricidade, gás natural, serviços e taxas e impostos).
Na página seguinte, a fatura detalha os consumos reais e estimados, a potência e as taxas e impostos.
A “informação pedagógica” também estará incluída na nova fatura: a descrição do desempenho energético do consumidor (o volume de dióxido de carbono que o seu consumo gerou), o consumo médio mensal e os consumos médios dos eletrodomésticos.
Por fim, o valor a pagar e a referência multibanco, de forma mais visível do que na anterior fatura.
Além da fatura em papel, a fatura eletrónica também irá sofrer alterações. A partir do final de outubro, os clientes poderão, através da fatura eletrónica, aceder a informações adicionais. “Vai estar disponível conteúdo áudio-vídeo, vai ter mensagens personalizadas e irá permitir enviar leituras de eletricidade e gás”, detalhou o presidente da EDP Comercial.
No final do primeiro semestre deste ano, a EDP Comercial contava com 3,9 milhões de clientes residenciais de eletricidade e 560 mil clientes de gás natural, valores que correspondem a quotas de mercado de 85% e 50%, respetivamente. Em 2006, quando o mercado da eletricidade foi liberalizado, a EDP tinha 19 mil clientes liberalizados. O número de clientes foi crescendo nestes 10 anos e registou a maior aceleração em 2012, quando atingiu os 833 mil clientes.
Para este ano, o objetivo passa por atingir os quatro milhões de clientes residenciais de eletricidade e 600 mil de gás natural, antecipou Miguel Stilwell.
“Funciona” passa a ter serviço de urgência
Outra das novidades apresentadas esta manhã pela EDP é o alargamento dos serviços oferecidos pelo Funciona, programa que oferece assistência técnica e revisão anual das instalações de eletricidade e gás.
Agora, pelo mesmo preço (7.90 euros por mês), o Funciona passa a incluir serviços de urgência, que incluem, por exemplo, o arranjo de canalizações, fugas de gás, vidros partidos ou curto-circuito.
No arranque deste novo serviço, a EDP lançou uma campanha para novos clientes. Quem aderir ao Funciona até 15 de outubro tem um desconto de 10% na fatura da eletricidade, durante um ano e 50% na mensalidade do Funciona, durante os três primeiros meses.
A EDP conta atingir os 200 mil clientes do Funciona até final deste ano e um milhão de clientes até 2020, meta que colocará a empresa “como um dos principais operadores ibéricos deste tipo de serviço”.
EDP não assume responsabilidade por quem perdeu tarifa social
Questionado pelos jornalistas sobre os 40 mil clientes que, em julho, perderam o direito à tarifa social, Miguel Stilwell rejeitou que a EDP tenha qualquer responsabilidade nesse assunto, uma vez que, como explicou, as empresas de comercialização de eletricidade e gás deixaram de ter “qualquer tipo de decisão sobre” quem tem direito à tarifa social.
O responsável referia-se à introdução do sistema automático para a atribuição da tarifa social, que avançou em julho e que levou a quem 500 mil famílias passassem a ter desconto na conta luz, enquanto 40 mil deixaram de ter direito a esse desconto. Atualmente, há cerca de 500 mil beneficiários da tarifa social.
“Nós limitamo-nos a comunicar aos clientes que nos são entregues pela DGEG [a Direção Geral de Energia e Geologia]”, concluiu Miguel Stilwell.
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