Mais de 6.000 pessoas protestam em Bruxelas contra o TTIP e o CETA
Manifestantes concentraram-se hoje em frente das instituições da UE em Bruxelas em protesto contra os acordos de comércio internacional que o bloco europeu está a negociar com os EUA e o Canadá.
As manifestações de hoje surgem três dias depois de protestos semelhantes no sábado em várias cidades alemãs, também contra o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP), entre a UE e os Estados Unidos, e contra o Acordo Económico e Comercial Global (CETA), este com o Canadá.
Os protestos anti-TTIP nas sete cidades alemãs mobilizaram entre 163 mil e 320 mil pessoas, convocados por uma coligação de Organizações Não Governamentais, partidos de esquerda e sindicatos.
A polícia belga disse à AFP que a manifestação reuniu mais de seis mil pessoas em Bruxelas, cortando a circulação automóvel na maioria das principais avenidas que levam ao edifício da Comissão Europeia.
“TTIP, CETA, não os queremos”, gritavam os manifestantes enquanto os helicópteros da polícia sobrevoavam o cortejo.
O agricultor Stephane Delogne considerou que os acordos “serão um choque para a agricultura”. Com a certeza de que os agricultores europeus serão “os grandes perdedores”, garantiu.
A UE e os Estados Unidos começaram a negociar o TTIP em 2013, visando a criação do maior mercado de livre comércio do mundo, com mais de 850 milhões de consumidores. No entanto, as negociações atrasaram-se à medida que os cidadãos dos 28 começaram a recear que o acordo poderia fazer baixar os padrões regulatórios comunitários no que diz respeito a saúde, entre outros.
Em outubro haverá uma nova ronda negocial, com o Presidente norte-americano, Barack Obama, esperançado em concluir um acordo antes de terminar funções, em janeiro de 2017.
A comissária europeia para o Comércio, Cecilia Malmstroem, alertou hoje que “é cada vez menos provável” que tal aconteça até ao fim desse prazo.
“Haverá um tratado com os Estados Unidos, mas se calhar apenas depois de uma pausa natural para dar tempo a que haja uma nova administração norte-americana”, disse a comissária a uma rádio belga.
Malmstroem também defendeu o acordo com o Canadá, que já foi negociado e que deverá ser assinado em outubro.
Mas resistências ao acordo no seio da União Europeia obrigam agora a que o tratado seja ratificado nos parlamentos nacionais, o que poderá levar meses ou anos a conseguir.
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