‘Oops, he did it again’: Farage e Brexit Party vencem europeias no Reino Unido
O recém-criado Brexit Party, liderado por Nigel Farage, ganhou as europeias no Reino Unido, com mais de 31% dos votos. Os conservadores e trabalhistas são os grandes derrotados.
Depois do terramoto político do anúncio da resignação de Teresa May agendada para 7 de junho, o que deram os resultados das europeias, que poucos quiseram, mas todos disputaram? As sondagens à boca de urna apontam para uma vitória expressiva do recentíssimo Brexit Party, liderado pelo eurocético veterano Nigel Farage, arrecadando 31,6% dos votos. A vitória de Farage e do seu Partido recém-nascido reproduz com mais força ainda a vitória obtida pelo UKIP em 2014, à data liderado também pelo rosto da campanha pela saída do Reino Unido da União Europeia, com 27%.
A grande surpresa da noite será no entanto a conquista do segundo lugar por parte do Liberais Democratas, capitaneados por Sir Vince Cable, antigo secretário de estado do Comércio e Indústria no governo de coligação de Cameron com 18,9% dos votos. Embora Cable já tenha anunciado que estará de liderança do partido muito brevemente, este é um dos melhores resultados do partido em eleições europeias, cujo mérito se deveu em grande parte à defesa intransigente e inequívoca da permanência do país na União Europeia mediante a realização de um segundo referendo.
Embora com um resultado sólido, os liberais-democratas não excluem uma futura cooperação com o Change UK (formado pelos dissidentes conservadores e trabalhistas que defendem a realização de um segundo referendo).
Os dois grandes partidos tradicionais que compuseram o bipartidarismo clássico dos últimos cem anos, Conservadores e Trabalhistas, foram os grandes perdedores. Os Conservadores ficaram em quarto lugar com 12,4% dos votos, reflexo da grande divisão e controvérsia que o Brexit tem gerado no partido nos últimos três anos e da liderança errante de May que chegara a um fim esta sexta-feira. Os Trabalhistas e o seu posicionamento ambíguo face a um segundo referendo (muito em parte devido também pela enorme divisão que o tema suscita nas hostes do partido) resultaram num terceiro lugar sem brio, situados nos 16% dos votos.
Não há surpresas quanto ao significado destas últimas eleições europeias no Reino Unido, antes da sua saída da União prevista para o dia 31 de outubro. A sociedade britânica permanece tão dividida sobre o tópico como em 2016, não deixando a posição maioritária de ser favorável à saída. Não obstante a presente questão sobre quem sucederá a Theresa May nos finais de julho como primeira-ministra, espera-se que a liderança dos conservadores se dispute essencialmente entre Boris Johnson, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de May e rosto controverso da campanha pela saída durante o referendo de 2016, e Michael Gove, outro proeminente ‘brexiteer’.
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