“Não podemos omitir erros antigos ou novos”, diz Marcelo. “Todos os portugueses têm direito a um futuro melhor, mais justo”
João Miguel Tavares pediu que "nos dêem qualquer coisa em que acreditar". Marcelo Rebelo de Sousa reconheceu o "inconformismo". E defendeu que todos os portugueses "têm direito a um futuro melhor".
Depois de João Miguel Tavares ter feito um discurso que ficou marcado pela ideia de que “emigrar é a melhor solução”, levando o ex-jornalista, a pedir aos partidos que “nos deem qualquer coisa em que acreditar”, Marcelo Rebelo de Sousa, reconhecendo o “inconformismo”, pediu mudanças para o futuro. Sublinhou que não se podem apagar erros antigos ou novos, defendendo que “todos os portugueses têm direito a um futuro melhor”.
“Não podemos, nem devemos, omitir ou apagar os nossos fracassos coletivos, os nossos erros antigos ou novos. Não podemos, nem devemos, esquecer ou minimizar insatisfações, cansaços, indignações, impaciências, corrupções, falências da justiça, exigências constâncias de maior seriedade e ética na vida pública”, disse em tom de crítica.
Segundo o chefe de Estado, essa mesma ideia de insatisfação tinha antes sido globalmente transmitida no discurso proferido pelo presidente da edição deste ano do Dia de Portugal, o jornalista João Miguel Tavares.
"Não podemos, nem devemos, esquecer ou minimizar insatisfações, cansaços, indignações, impaciências, corrupções, falências da justiça, exigências constâncias de maior seriedade e ética na vida pública.”
Marcelo Rebelo de Sousa salientou, aliás, a “diferença, inconformismo, sinal de desejo profundo de mudança, horizontes ambiciosos e voz iconoclasta” como os argumentos para escolher o jornalista para presidir às comemorações do 10 de Junho deste ano.
No seu discurso, ainda mais longo do que o de Marcelo Rebelo de Sousa, João Miguel Tavares apresentou-se claramente mais pessimista, defendendo que os portugueses não podem condenar “os filhos” ao discurso fatalista de que “Portugal é assim porque nunca foi de outra maneira”, é necessário que se sintam cada vez mais próximos do “eles”, referindo-se às instituições públicas, políticos, forças de segurança, forças armadas.
Marcelo preferiu apelar a uma espécie de redenção e à mudança desses erros do passado, chamando ao discurso a longa história de Portugal com cerca de 900 anos, mas também a capacidade de ultrapassar os principais desafios.
“Todas e todos os portugueses têm direito a um futuro melhor. Que esse futuro seja mais, muito mais justo, muito mais solidário, muito mais humano do que o passado que honramos e o presente que construímos”, afirmou o Presidente da República no discurso do 10 de Junho, Dia de Portugal, em Portalegre.
“Faltam menos de três décadas para fazerem 900 anos e não há muitas nações do mundo assim. Resistimos à perda de independência, resistimos às crise económicas financeiras, políticas e sociais. Resistimos aos erros e fragilidades, e não só sobrevivemos como queremos apostar no futuro”, reforçou ainda Marcelo Rebelo de Sousa.
Todas e todos os portugueses têm direito a um futuro melhor. Que esse futuro seja mais, muito mais justo, muito mais solidário, muito mais humano do que o passado que honramos e o presente que construímos,
Tendo em conta todas essas características, o Presidente da República apelou a “que esse futuro obedeça ao verdadeiro desafio nacional: sermos cada vez mais uma comunidade de pertença, uma comunidade de inclusão, que permita a realização da felicidade de cada uma e de cada um dos portugueses”.
(Notícia atualizada às 12h48 com mais informação)
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