Brexit: Berlim mostra abertura a adiamento mas com condições
Ministro dos Negócios Estrangeiros alemão mostrou abertura para um eventual novo adiamento da saída do Reino Unido da União Europeia, mas sob determinadas condições: novas eleições ou referendo.
O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Heiko Maas, mostrou-se este domingo disponível para um eventual novo adiamento da saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit), ainda que sob determinadas condições.
Em declarações publicadas hoje no jornal alemão “Welt am Sonntag”, o ministro afirmou: “Procuramos o objetivo claro de alcançar um acordo com o Reino Unido”.
Heiko Maas ressalvou, no entanto, que esta medida deveria estar “vinculada a uma perspetiva” do que se deseja durante esse período extra e o que vai acontecer, porque não poder encerrar o capítulo ‘Brexit’ também é problemático para a Alemanha e União Europeia (UE).
“A insegurança é um fardo crescente para a nossa economia e capacidade de ação da UE”, alertou o ministro.
Na opinião do social-democrata Achim Post, segundo no grupo parlamentar, “uma nova extensão só é concebível com uma razão realmente convincente, como novas eleições ou um segundo referendo“.
Uma nova extensão para continuar “a política de dar e receber em Londres” não deve ser permitida, acrescentou Post.
A posição da Alemanha, preocupada com as repercussões de um Brexit sem acordo sobre a sua economia, está longe da posição de Paris, onde o Presidente, Emmanuel Macron, tem sido cético quanto à possibilidade de uma nova extensão.
O atual prazo do Reino Unido para deixar a UE, que já é uma extensão, termina em 31 de outubro e o primeiro-ministro do país, Boris Johnson, está disposto a deixar o bloco mesmo sem acordo.
Boris Johnson é contra alguns termos do acordo de saída da UE assinado pela sua antecessora, Theresa May, e em particular em relação à “salvaguarda irlandesa”.
No entanto, o primeiro-ministro está numa posição difícil, depois de ter perdido a maioria na câmara baixa e de o parlamento ter aprovado uma lei que exige que peça nova extensão se não chegar a acordo até 19 de outubro.
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