“Pagamentos de março foram feitos aos clubes em fevereiro. Novos pagamentos só com regresso dos jogos”

Altice garante que pagou em fevereiro os direitos televisivos e patrocínios relativos a março, e não serão feitos novos pagamentos sem o regresso da competição. Sport TV pagou esta sexta-feira.

A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) divulgou esta sexta-feira um comunicado a elogiar a decisão dos operadores Altice, Nos e Vodafone e da própria Sport TV em relação ao patrocínio e direitos televisivos dos clubes, mas sem clarificar exatamente qual terá sido. Só que a Altice Portugal, questionada pelo ECO, garante que não houve qualquer reunião formal com a federação e que não há nenhuma nova decisão em relação a pagamentos. O que tinha de ser pago pela operadora foi feito em fevereiro, e não haverá novos pagamentos enquanto o campeonato não regressar.

Nas últimas semanas, os clubes de futebol tentaram pressionar os operadores e a Sport TV a anteciparem os pagamentos de direitos televisivos referentes a abril, maio e junho, mas os operadores recusaram essa hipótese. “Quem é que paga por serviços que não tem”, disse outra fonte das operadoras ao ECO. É que os pagamentos relativos a março já foram realizados em fevereiro, confirmou fonte oficial da Altice. “Desde então, não houve novas transferências porque o campeonato está suspenso”.

Esta sexta-feira, o Record revela que Fernando Gomes, presidente da federação, terá salvo os clubes, e que um acordo com as operadoras teria salvo os clubes da rutura de tesouraria. Ora, segundo as operadoras, não há acordo nenhum, nem houve reunião com Fernando Gomes. “Num momento como este, dizia, são ainda mais importantes as relações que fomos capazes de estabelecer. Ganha por isso particular relevo a atitude dos operadores nacionais. Numa hora complexa para todos nós, o futebol aprecia – e estou certo de que será capaz de reconhecê-lo durante muito tempo – a vossa decisão de cumprir com o que foi estabelecido“, escreve Fernando Gomes no referido comunicado.

Oficialmente, a Federação Portuguesa de Futebol não faz comentários, e remete para o comunicado que foi divulgado. Mas, já depois da publicação desta notícia, uma fonte do organismo liderado por Fernando Gomes confirma que não houve reuniões presenciais, mas contactos via telefone com os operadores e com a Sport TV. É que além dos clubes que têm acordos diretos com as operadoras Altice e Nos, há dezenas da primeira liga e segunda liga que têm acordos com a própria Sport TV, empresa controlada pelas três operadoras e por Joaquim Oliveira.

Esta quinta-feira, terá havido uma reunião de conselho de administração em que foi votado por consenso que a Sport TV pagaria o mês de março, ainda não pago. Pagaria, na prática, os dois jogos realizados e, por adiantamento, duas jornadas da segunda quinzena, que não se jogaram. Desta forma, seria garantida a equidade entre todos os clubes com acordos de direitos televisivos. E ficariam pagos 80% dos pagamentos referentes à presente época desportiva. É que os contratos de direitos e patrocínios têm a duração de dez meses, o último dos quais em maio.

“A Altice sempre cumpriu o que foi estabelecido”, afirma fonte oficial da operadora ao ECO. “E até somos credores de serviços, porque o mês de março foi pago e nem todos os jogos se realizaram”. O ECO sabe que há pelo menos um clube dos quatro que são patrocinados pela Altice que já recebeu mesmo, em fevereiro, os meses de abril, maio e junho, porque solicitou isso mesmo. Os outros receberam o pagamento de direitos e patrocínio das camisolas em março, como era devido.

Entre os clubes que são patrocinados pela Altice estão o F.C. Porto, o Boavista, o Rio Ave e Guimarães. Já a Nos tem acordo com o Benfica, o Sporting e o Braga, entre outros. E em conjunto, os acordos dos três grandes com os dois operadores, assinados em 2015, oscilam entre os 400 milhões e os 500 milhões de euros por um período de dez anos, com diferenças por causa do tipo de contrato: direitos televisivos, patrocínios de camisolas e publicidade do estádio.

A Nos e a Vodafone não fazem declarações oficiais, mas a posição de princípio é a mesma da Altice. Não estão disponíveis para pagar os serviços que não existem. E outra fonte lembra o que estão a fazer os clubes internacionais, como o Barcelona, a Juventus e os clubes ingleses. “Basta ver o que fizeram os clubes por essa Europa fora e o que não foi feito cá”, disse esta fonte, numa referência aos cortes de salários dos jogadores de futebol.

(Notícia atualizada com nova informação às 16h45)

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