BCE alivia condições para banca injetar dinheiro na economia

O Banco Central Europeu (BCE) anunciou uma medida “sem precedentes” para contrariar o agravamento das condições financeiras na Zona Euro. A autoridade monetária vai aceitar temporariamente mais ativos como garantia nas suas operações de refinanciamento aos bancos para evitar uma subida dos juros e garantir que as instituições financeiras tenham condições para emprestar às famílias e empresas.

O objetivo passa por alargar para níveis inéditos o colateral que aceita como garantia para que os bancos possam recorrer aos leilões de liquidez que o BCE organiza.

Esta medida representa o último esforço do banco central da Zona Euro depois de várias medidas drásticas já anunciadas para manter a liquidez no sistema financeiro à medida que a pandemia vai arruinando negócios e economias em todo o mundo.

O pacto de medidas visa “mitigar o apertar das condições financeiras da Zona Euro” e inclui o uso de empréstimos de pequenas empresas como colateral, assim como dívida soberana grega com rating considerado “lixo”. As medidas são temporárias, estando em vigor apenas durante a crise provocada pelo Covid-19.

Nos últimos anos, os bancos gregos tiveram grandes dificuldades em obter financiamento junto do BCE devido aos ativos de baixa qualidade que detinham, nomeadamente obrigações do Governo.

O BCE também vai aceitar “créditos com baixa qualidade creditícia” e empréstimos em moeda estrangeira. Em concreto, a autoridade liderada por Christine Lagarde adiantou que vai permitir que os bancos se possam financiar apresentando como colateral empréstimos garantidos pelos Estados às pequenas e médias empresas, trabalhadores por conta própria e famílias.

O conselho de governadores também concordou em “aumentar o nível de tolerância de risco” ao aceitar um corte no montante de colateral necessário para os bancos se refinanciarem, tornando mais acessível os empréstimos que têm juros muito baixos.