Juros nacionais são os que mais aliviam na Europa
Taxa a 10 anos nacional cai cinco pontos base para 3,926%, um dia depois de Portugal ter-se financiado em 3.000 milhões de euros, a um preço mais alto que as últimas emissões comparáveis.
Os juros da dívida nacional seguem em queda pelo segundo dia consecutivo, após a primeira emissão do ano levada a cabo pelo Tesouro com o apoio de um sindicato de bancos. A taxa de juro a 10 anos mantém-se abaixo dos 4% no mercado secundário, registando a maior correção na Europa.
Evolução dos juros nacionais a 10 anos
A taxa de juro implícita para a dívida soberana nacional recua cinco pontos base, para os 3,926%, apesar de Portugal ter emitido esta quarta-feira 3.000 milhões de euros em obrigações do Tesouro para o mesmo prazo a um preço mais elevado do que o das últimas emissões comparáveis. O Estado pagou uma taxa de juro de 4,227% nesta operação, tendo a procura ascendido a 8,5 mil milhões de euros.
Um custo que os analistas, contudo, desvalorizam. As colocações de dívida levadas a cabo através de sindicatos bancários tendem a apresentar taxas de juro mais elevadas, atendendo a que os investidores estão a ser contactados diretamente, mas também porque, regra geral, os montantes a angariar são mais elevados face às emissões normais. “Já se esperava uma taxa acima dos 4% e até saiu um pouco mais baixa do que se antevia, portanto não foi surpresa e, nesse sentido, correu bem”, afirmou Filipe Silva diretor da Gestão de Ativos do Banco Carregosa.
"Já se esperava uma taxa acima dos 4% e até saiu um pouco mais baixa do que se antevia, portanto não foi surpresa e, nesse sentido, correu bem.”
O mesmo especialista acrescentou, contudo, que a taxa saiu acima do custo médio da dívida portuguesa (que é de 3,4%) e que isso, vem encarecer as condições em que o país se financia. “O risco subiu num ano. É caso não para alarmes, mas para cautela”, acrescentou Filipe Silva. Quem não se mostrou muito preocupado com a recente tendência altista dos juros soberanos nacionais foi o ministro das Finanças.
Em entrevista concedida esta segunda-feira, à Reuters, Mário Centeno, atribui a recente escalada dos juros nacionais a riscos e incertezas na Zona Euro, bem como à baixa liquidez no mercado, defendendo tratar-se de um movimento temporário. O ministro com a pasta das finanças defendeu ainda a economia forte tratará de inverter essa tendência e puxar pelos ratings em 2017. “Os fundamentos da economia portuguesa são hoje mais fortes (…) Na dimensão nacional, nós temos vindo a reforçar claramente os fundamentos da nossa economia”, disse Centeno.
Também as bunds seguem em queda, com a taxa de juro a 10 anos germânica a recuar dois pontos base, para 0,309%.
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