Em Portugal, fazer previsões é fácil
Muitos comentadores económicos dizem que nas actuais circunstâncias é difícil fazer previsões. Enganam-se, com António Costa a governar é facílimo, temos assegurado um lugar entre os últimos.
Não acredito que a profunda crise económica, financeira e social que nos espera, possa conduzir a uma mudança do regime político, no sentido de uma ditadura, por alguma razão estamos na União Europeia. Aliás, também não é preciso. O PS e o Governo de António Costa conseguem os mesmos resultados através da sua aliança com os partidos marxistas à sua esquerda, ajudados pela propaganda projectada nas televisões, que tornam aceitáveis para os portugueses não apenas a sua fraca participação na vida democrática, mas também o crescente apagamento dos centros de poder democrático e a crescente governação por decreto.
A Assembleia da República foi perdendo importância democrática ao longo do tempo, na medida em que a qualidade humana e política dos deputados foi diminuindo e estes se foram habituando a cumprir as ordens dos chefes partidários, o que seria impossível nos primeiros anos de democracia. Foram escolhidos pelos chefes e se não se portarem bem não são reeleitos, assim a maioria porta-se bem.
No início da democracia, com alguma ajuda externa, foram criados centros de estudo e fundações, para que especialista, com as necessárias qualificações, estudassem os problemas do País e ajudassem os governos a tomar decisões. Nada disso existe hoje, estudar os problemas dá trabalho e basta que um intelectual do gabarito de João Galamba estude o que é preciso para torrar sete mil milhões de euros numa energia milagrosa.
O Governo de António Costa não se dá bem com grandes estudos, mas em presença da pandemia contratou um estudo sobre o futuro do País, que resultou num catálogo do tipo IKEA e está agora a escolher o mobiliário destinado a vencer a crise e projectar Portugal no futuro. O Governo está penosamente a estudar o estudo, para depois anunciar em Bruxelas, antes dos outros países da União é dito, a salvação da pátria. A Assembleia da República e os portugueses em geral não merecem ser ouvidos. Para quê, aparentemente não estudam.
Alguém disse que depois da tragédia vem a farsa e não se enganou, o caso português demonstra-o. Os setenta membros do Governo, na sua esmagadora maioria, não são para levar a sério. António Costa sabe disso, foi ele que os escolheu, razão porque os mantém quase todos calados e os poucos que falam deviam fazer ao País a caridade de estarem calados.
Ultimamente, Portugal conseguiu ficar na frente de toda a União Europeia; um dos maiores défices da história e uma das maiores quebras da produção de riqueza (PIB) de entre todos. E a propósito, os países do Norte devem estar a interrogar-se porque razão a União Europeia enriqueça a Norte e empobrece a Sul. Trata-se de um daqueles mistérios em que não vale a pena falar, trata-se do célebre principio de a cada um de acordo com as suas necessidades e de cada um segundo as suas possibilidades. Deve ser mais ou menos assim., o que prova que os do Norte se devem esforçar um pouco mais para alimentar os do Sul.
Como disse, a governação de Portugal não é para levar a sério, mas isso dói, porque Portugal é um do mais belos países do mundo, está no centro do Ocidente à beira do Atlântico e entre os dois maiores mercados mundiais – Europa e América do Norte – tem milhões de portugueses que se esforçam, em que muitos trabalham como escravos, mas a quem a verocidade do Estado, a meias com a corrupção, arruínam.
Muitos comentadores económicos dizem que nas actuais circunstâncias da economia é muito difícil fazer previsões. Enganam-se, com António Costa a governar é facílimo, temos assegurado um lugar entre os últimos.
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