Bancos deram 751 mil moratórias no crédito por causa da pandemia

Do total de pedidos de suspensão do pagamento dos créditos, maioria foi dada às famílias. Crédito à habitação lidera moratórias.

Os bancos concederam, até 30 de setembro, data em que terminou o prazo para os clientes bancários solicitarem o acesso à moratória pública, um total de 751.725 moratórias, revela o Banco de Portugal. A maioria foi atribuída às famílias, nomeadamente nos créditos contraídos para a compra de habitação própria.

“Os pedidos de adesão a moratórias de crédito abrangeram 812.214 contratos”, revela o supervisor. Nem todos pedidos foram, contudo, aceites. “As instituições aplicaram as medidas de apoio previstas nas moratórias de crédito a 751.725 contratos, correspondendo os restantes 60.489 contratos a situações que estavam ainda em apreciação ou que não preencheram as condições de acesso”.

O Banco de Portugal não revela o valor subjacente a estas moratórias, mas em entrevista ao ECO, o secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes, apontou para um valor de cerca de 44 mil milhões de euros.A moratória legal anda na casa dos 37 mil milhões de euros e é substancialmente superior à moratória privada que anda na casa dos 7 mil milhões”, disse.

A 30 de setembro de 2020, data-limite para a adesão a estas moratórias, “os contratos de crédito celebrados com consumidores (famílias) representavam a maioria das operações de crédito que beneficiaram das moratórias (71%), sendo as demais operações relativas a empréstimos concedidos a empresas, ENI e outros (29%)”.

Dos contratos de crédito aos quais foram aplicadas as medidas de apoio previstas nas moratórias, 42% eram contratos de crédito à habitação e outros créditos hipotecários (317.606).

O Banco de Portugal revela que “foram ainda aplicadas medidas de apoio a contratos de crédito aos consumidores (217.787) e a contratos de crédito celebrados com empresas, empresários em nome individual (ENI) e outros (216.332)”.

Recorde-se que o prazo destas moratórias tem vindo a ser estendido. Primeiro até 30 de setembro passado, mas mais recentemente o Governo acabou por fazer uma extensão que mais significativa, que vai até 30 de setembro de 2021. Tanto para famílias como para empresas, sendo que no caso destas últimas há alterações.

“A partir de 31 de março do próximo ano, a generalidade dos setores vai começar a pagar juro, continuando em moratória de capital até 30 de setembro. Depois temos um conjunto de setores de atividade que vão ter uma moratória plena de capital e juros, que são os setores mais afetados pela crise. Sobretudo os setores como o turismo, transportes, saúde, educação, cultura. Esses vão ter uma moratória total”, disse o secretário de Estado ao ECO.

(Notícia atualizada às 11h26 com mais informação)

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