Unidades de Retaguarda da Santa Casa já apoiaram 120 pessoas

  • ECO
  • 17 Novembro 2020

Nasceram em maio, recebem doentes que precisam de um lugar para recuperar da covid-19 e, em breve, abrem a terceira unidade. São as unidade de retaguarda da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

10 de maio de 2020. O país retomava o seu curso num novo normal, consciente de que a pandemia da covid-19 tinha vindo para ficar. E a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) abria as duas primeiras Unidades de Retaguarda, cada uma com 20 camas, para servir os utentes da cidade de Lisboa. Em breve, abre a terceira, destinada a quem vive no distrito.

Foi uma resposta que tivemos de desenvolver em relativamente pouco tempo para acautelar as necessidades que a pandemia veio convocar. É uma unidade que presta cuidados de saúde a pessoas que tenham covid e que não podem estar em casa, mas que veem aqui garantidas algum tipo de cuidados terapêuticos e restabelecimento de autonomia, até a reintegração”, explica Maria da Luz Cabral, coordenadora das equipas de intervenção preventiva da santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

A sede da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. ©Santa Casa da Misericórdia de LisboaSanta Casa da Misericórdia de Lisboa

As Unidades de Retaguardas não são hospitais, nem unidades de cuidados continuados. São “inovadoras”, defende a responsável. E a resposta para muitas pessoas que, vivendo em estruturas residenciais (lares) e estando “clinicamente estáveis”, tinham de encontrar outro lugar para recuperar da covid-19, e cumprir o isolamento profilático que as orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS) preconiza.

Uma vez recuperados, os doentes regressam ao seu “contexto de vida”, isto é, na maioria dos casos aos lares onde vivem habitualmente. “As Unidades de Retaguarda permitem uma resposta adequada de cuidados de saúde. É temporária e mutio focada na prevenção e independência”, considera.

Montámos estas unidades garantindo que as pessoas com algum grau de dependência tivessem todos os cuidados que necessitam e estarem devidamente apetrechadas com tudo aquilo que fosse necessário”, acrescenta Maria da Luz Cabral ao ECO. É ela quem faz a ponte entre as várias entidades envolvidas – lares, Proteção Civil, Bombeiros… – neste processo de trazer quem precisa para estas Unidades de Retaguarda

A ideia nasceu nos primeiros dias de abril, em resposta a um desafio da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho. “Houve necessidade de fazer prevenção na cidade. Fizemos testes preventivos em todas as ERPIS [Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas] e percebemos que havia a necessidade de fazer alguma coisa”, diz Maria da Luz Cabral. “Disponibilizamos enfermeiros, visitamos todos os lares, fomos à frente para tentar prevenir. Até 18 de maio testámos mais de 5 mil profissionais.”

O critério era retirar as pessoas de menor número – as que testaram positivo para covid-19 – para que as outras pudessem permanecer no local, em espaço devidamente acautelado, e garantindo o corte da cadeia de transmissão”, explica a coordenadora do projeto.

As Unidades de Retaguarda “podem até ganhar algum espaço para eventualmente para outros momentos que não-covid”, diz Maria da Luz Cabral. “Para doentes que não precisam de estar no hospital, para fazer uma intervenção que não carece de uma permanência muito longa, mais focada na independência das pessoas, antes de voltarem ao seu contexto de vida”. Uma reflexão para tempos pós-pandemia.

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