Relator da Lava Jato morre em queda de avião

Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato, embarcou no avião e morreu, aos 68 anos. A imprensa brasileira deixa em aberto a possibilidade de a queda do avião não ter sido um acidente.

Um avião de pequeno porte despenhou-se esta quinta-feira no mar, em Paraty, zona litoral sul do Rio de Janeiro. A bordo ia Teori Zavascki, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator da Operação Lava Jato. O ministro, de 68 anos, morreu, confirma a imprensa brasileira e o seu filho.

O avião partiu de São Paulo com destino ao Rio de Janeiro e estariam quatro pessoas a bordo do avião.

O filho do ministro, Francisco Prehn Zavascki, confirma a morte do pai na sua conta de Facebook. “Caros amigos, acabamos de receber a confirmação de que o pai faleceu! Muito obrigado a todos pela força!”, escreveu Francisco Prehn Zavascki.

Segundo o Estado de São Paulo, que cita informações ainda não confirmadas oficialmente, apenas uma das quatro pessoas que iam a bordo sobreviveu. Já a Folha de São Paulo refere que o Corpo de Bombeiros confirma a morte de três pessoas. O avião está submerso e os corpos dos passageiros estão presos.

Morte de Zavascki deixa incógnita no Lava Jato

Teori Zavascki era o relator do processo Lava Jato, nome que foi dado a uma investigação a um esquema bilionário de desvio e lavagem de dinheiro, que envolve políticos e gigantes como a petrolífera Petrobras ou as construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez. Zavascki ocupava o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal desde novembro de 2012. Na próxima semana, refere a revista Veja, iria homologar as delações dos executivos da construtora Odebrecht.

Estas delações, de 77 executivos da construtora, eram centrais para o desfecho da Lava Jato, já que mencionavam políticos como Michel Temer, atual presidente do Brasil, e Lula da Silva, antigo presidente.

A vaga deixada Zavascki, indica a Folha de São Paulo, poderá agora ser ocupada por um ministro indicado por Temer. Há ainda a possibilidade de a presidente do STF, Carmen Lúcia, redistribuir o caso Lava Jato para outro ministro. O presidente do Brasil é suspeito de, em 2014, ter pedido 10 milhões de reais a Marcelo Odebrecht, o presidente da construtora. A imprensa brasileira deixa, por isso, em aberto a possibilidade de a queda do avião não ter sido um acidente.

A Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho e a Associação dos Juízes Federais do Brasil pediram, entretanto, que as causas do acidente sejam esclarecidas “com a maior rapidez e transparência possível”.

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