Primeiro ferryboat português 100% elétrico vai navegar em Aveiro

Este ferryboat português 100% elétrico será o primeiro a operar em Portugal e dos primeiros em toda a Europa. Construção do ferryboat arranca ainda este ano e estará pronto a navegar no final de 2022.

É o primeiro ferryboat português 100% elétrico, com zero emissões de CO2 a navegar em território nacional, nomeadamente na cidade de Aveiro. É a primeira embarcação elétrica made in Portugal a ser construído por marcas nacionais. Um investimento de sete milhões de euros.

“É muito relevante o facto de o primeiro ferryboat elétrico a operar em Portugal e na Europa do Sul acontecer na região de Aveiro. É sintomático do que estamos a realizar na região e no município, conjugando as potencialidades culturais e ambientais da Ria de Aveiro com a tecnologia. Na Câmara Municipal de Aveiro continuamos o nosso trabalho de contributo para redução da pegada ecológica, que terá no novo ferryboat mais um instrumento, a somar aos 27 moliceiros com motores elétricos”, disse o presidente da autarquia, José Ribau Esteves.

O presidente da Câmara de Aveiro explica ao ECO que só existem atualmente ferryboats em navegação no norte da Europa, nomeadamente na Finlândia e Dinamarca. “A maior parte dos países europeus não têm ferryboats elétricos”. Ribau Esteves destaca com orgulho que para além de ser o primeiro ferryboat elétrico a navegar em Portugal, tem a particularidade de ser construído por uma empresa 100% portuguesa”.

O novo ferryboat 100% elétrico, que vai assegurar a travessia entre São Jacinto e o forte da Barra, vai permitir reduzir a emissão de 300 toneladas de CO2 quando comparado com o modelo atual, ao mesmo tempo que irá reduzir em cerca de 30% o consumo energético.

Este ferryboat português 100% elétrico tem capacidade para transportar mais do dobro de passageiros que o ferryboat atual que tem mais de 60 anos, 260 contra 112, o que corresponde a um aumento de 132% e tem capacidade para mais viaturas, 19 contra 12 (capacidade normal do atual ferryboat).

O início da construção deste ferryboat 100% elétrico deve arrancar no início do terceiro trimestre e foi adjudicado ao agrupamento de empresas Navaltagus e Navalrocha (Grupo ETE) com um prazo de 18 meses para a sua conceção e construção.

Para o acionista e administrador do Grupo ETE, Luís Figueiredo, “a construção e a exploração do primeiro ferryboat elétrico de Portugal, posiciona-nos na vanguarda da engenharia, permitindo-nos dar resposta a um desafio pioneiro na área da mobilidade. Pelas suas características que representam um impacto ambiental positivo para a Região e Ria de Aveiro, estamos certos, que este projeto será apenas o primeiro passo de um caminho que alavancará o mercado da mobilidade elétrica e da preocupação crescente com a sustentabilidade”.

O projeto representa um investimento total superior a 7 milhões de euros e conta com o apoio do POSEUR, de cerca de dois milhões.

Este projeto pioneiro junta-se a outras iniciativas sustentáveis de mobilidade levadas a cabo pela Câmara de Aveiro — como a eletrificação dos moliceiros (que ainda em 2021 estarão a operar nos Canais Urbanos da Ria de Aveiro, permitindo uma redução de 400 toneladas de CO2), e como os três autocarros 100% elétricos atualmente em operação no município, através da Transdev/Aveirobus – reforçando o compromisso “We are green” da Câmara Municipal de Aveiro.

Presidente da Câmara de Aveiro insatisfeito com a descentralização de competências

O presidente da Câmara Municipal de Aveiro esclarece ao ECO que o investimento neste ferryboat vai ser enquadrado numa linha municipal e que não resulta de uma delegação de competências.

Para José Ribau Esteves, no que respeita à descentralização de competências, “o balanço é diferenciado com áreas a correr muito bem, outras muito mal e com áreas sem andamento algum”. Em traços gerais, não está satisfeito com esta descentralização.

No caso dos transportes, o instrumento de apoio financeiro o PART – um programa que apoia financeiramente os tarifários e as reformas dos circuitos — é, para o autarca, “um instrumento importante e positivo, embora desequilibrado”. “Temos lutado muito para que o instrumento seja equilibrado ao nível do território como um todo, porque 90% da verba do programa fica em Lisboa e no Porto”, diz o presidente da Câmara de Aveiro.

Do lado positivo, José Ribau Esteves, destaca a educação e a cultura, “estão a correr muto bem”. Mas existem outras que “estão a correr muito mal como as áreas portuárias, a saúde e o estacionamento público”. Outras “simplesmente não estão a correr e não acontece nada, nomeadamente a área do património e da justiça”, afirma. “São áreas que o Governo não tem feito absolutamente nada”, conclui.

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