Líder britânico estreia nova sala de imprensa milionária

  • Lusa
  • 29 Março 2021

Governo britânico gastou cerca de três milhões de euros na nova sala para conferências de imprensa. Partido Trabalhista acusou Boris Johnson de gastar dinheiro em "projetos fúteis”

Uma nova sala para conferências de imprensa, que custou 2,6 milhões de libras (três milhões de euros), foi esta segunda-feira estreada pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, para marcar o alívio das restrições decretadas para controlar a pandemia covid-19.

Com um novo fundo em azul, em vez dos painéis de madeira antiquados da sala até agora usada pelos ministros para dar atualizações sobre a crise provocada pelo novo coronavírus, a nova sala no número nove de Downing Street, o edifício ao lado da residência oficial do primeiro-ministro, pretende modernizar a forma como o executivo vai interagir com os jornalistas.

O Governo disse que os custos incluíram “equipamento audiovisual, infraestrutura de Internet, obras elétricas e iluminação” e que são de interesse público porque as transmissões “aumentarão a responsabilidade pública e a transparência sobre o trabalho deste governo agora e no futuro”.

O Partido Trabalhista acusou Johnson de gastar dinheiro em “projetos fúteis” que contrastam com a decisão de atribuir um aumento de 1% no salário dos profissionais da saúde que estiveram na linha da frente no combate à pandemia.

Até agora limitados a um grupo reservado de jornalistas e sem possibilidade de serem gravadas imagens ou som, os ‘briefings’ diários vão passar a protagonizados por um porta-voz e transmitidos publicamente na televisão, tal como acontece na Casa Branca, a residência oficial do Presidente dos Estados Unidos.

A antiga jornalista Allegra Stratton, que trabalhou para o jornal The Guardian e estações BBC e ITV e era, até ao ano passado, assessora de imprensa do ministro das Finanças, Rishi Sunak, foi recrutada para o lugar.

Um anúncio de emprego publicado no ano passado pedia alguém para “comunicar com o país em nome do primeiro-ministro” e oferecia um salário anual de 125 mil libras (147 mil euros).

A data de início do novo modelo de conferências de imprensa não foi anunciada, mas esta não é a primeira vez que o Governo de Boris Johnson tenta inovar na forma como se relaciona com a população e a comunicação social.

Ainda em 2019, lançou as “Perguntas do Povo ao Primeiro-Ministro”, realizadas ocasionalmente através da rede social Facebook, e introduziu perguntas de cidadãos nas conferências de imprensa com ministros e especialistas sobre a pandemia.

Antes, porém, Boris Johnson foi criticado por se recusar a dar entrevistas individuais, incluindo durante as eleições legislativas de 2019, e os antigos assessores, Dominic Cummings e Lee Cain, eram conhecidos pelo estilo de confronto que resultou no boicote a alguns meios de comunicação social.

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