BRANDS' ECO A inovação na função financeira e fiscal
Rui Henriques, Global Compliance & Reporting, Tax Technology & Transformation Leader da EY, explica as dimensões essenciais para a inovação do processo de transformação da função financeira e fiscal.
A inovação tecnológica de modelos de negócios e mercados globais hipercompetitivos estão a impulsionar os negócios a uma velocidade sem precedentes.
A inovação é um fator cada vez mais decisivo para potenciar modelos de revenue e redução de custos e, por isso, encarado como uma prioridade para muitas empresas. E ao nível da função financeira/fiscal as empresas precisam de testar as vantagens que as diferentes soluções tecnológicas podem permitir, como, por exemplo:
- A robótica de processos ajuda a automatizar a recolha e tratamento de dados;
- IoT minimiza o volume de documentação física;
- A inteligência artificial, que se está a vulgarizar-se, permite correlacionar dados e trabalhá-los em profundidade;
- O blockchain que, conciliando as suas capacidades transacionais com as capacidades cognitivas da inteligência artificial, permitirá automatizar muitas transações e o seu reconhecimento financeiro e fiscal;
- A análise de big data já permite uma melhor tomada de decisão, incluindo análise preditiva.
E as empresas não estão sozinhas na busca da inovação: as autoridades fiscais também estão a inovar (em muitos casos a liderar o processo) e adotar rapidamente iniciativas de transformação digital.
"Para estar preparada para o futuro, a função financeira/fiscal precisa de acolher uma mentalidade empreendedora e uma pré-disposição para experimentar novas tecnologias, novas maneiras de fazer as coisas e novas maneiras de pensar os processos contabilísticos e fiscais, novas maneiras de fazer as coisas e novas maneiras de pensar os processos contabilísticos e fiscais.”
Uma das grandes mudanças que estamos a assistir é que as autoridades fiscais estão tendencialmente a evoluir para exigências de compliance em tempo real ou quase em tempo real. E subsequentemente, podem, então, utilizar data analytics, inteligência artificial e blockchain para desenvolver perfis de risco sofisticados, sinalizar possíveis problemas de auditoria e identificar casos de maior risco para uma investigação mais profunda.
Historicamente, os dados contabilísticos têm sido o ponto de partida para o compliance fiscal. Esse luxo não vai existir no futuro. A informação contabilística e fiscal será tendencialmente partilhada em tempo real (ou quase) com uma necessidade enorme de garantir harmonização, validação e qualidade dos dados.
Todas essas forças colocam a inovação no topo da agenda dos CEOs e CFOs de empresas visionárias e, por sua vez, na agenda da função financeira e fiscal.
Para estar preparada para o futuro, a função financeira / fiscal precisa de acolher uma mentalidade empreendedora e uma pré-disposição para experimentar novas tecnologias, novas maneiras de fazer as coisas e novas maneiras de pensar os processos contabilísticos e fiscais.
"A base da função financeira / fiscal de ontem foi a especialização técnica. Hoje, os conhecimentos tecnológicos e a capacidade de suportar uma visão holística do negócio são cada vez mais essenciais.”
As empresas sempre tiveram de pensar em como fazer coisas novas e de novas maneiras, mas a tecnologia e o ritmo de mudança aceleraram ao ponto em que as empresas precisam igualar essa taxa de mudança. E a pandemia acentuou a pressão sobre o ritmo de mudança. Para isso, cada função dentro da empresa também precisa considerar como a tecnologia e as novas abordagens a impactam.
A função financeira / fiscal, como guardiã e fonte de grande parte dos dados que permitem a gestão de uma organização, pode, tendencialmente, assumir um maior protagonismo, não apenas de apoiar as iniciativas de inovação da empresa, mas todas as mudanças em torno da agenda digital. E para esse desígnio, uma cultura financeira e fiscal que apoie a inovação, incluindo uma mentalidade de try-fail-refine, é essencial.
A base da função financeira / fiscal de ontem foi a especialização técnica. Hoje, os conhecimentos tecnológicos e a capacidade de suportar uma visão holística do negócio são cada vez mais essenciais.
Por isso, a inovação do processo de transformação digital desta função em particular pressupõe o desenvolvimento de seis dimensões chave:
- Compreender a tecnologia disponível para aproveitar big data, usar data analytics para visualizar e controlar os dados relevantes para efeitos financeiros e fiscais para permitir tomadas de decisão rápidas e uma eficaz gestão de riscos;
- Desenvolver competências de IT dentro da função financeira/fiscal para alavancar futuras tendências e aplicações tecnológicas;
- Compreender a natureza das análises que as autoridades fiscais (e outros stakeholders) estão a desenvolver e, promovendo o trabalho conjunto das áreas financeira, de IT e outras áreas de negócio, desenvolver processos que permitam compliance em tempo real, e, simultaneamente, assegurar a capacidade de avaliar os dados de maneira proativa;
- Promover linhas de comunicação fortes com as demais funções de negócio da empresa;
- Desenvolver uma forte cultura de inovação dentro da função financeira / fiscal, predisposta à inovação permanente e com uma cultura de try-fail-refine;
- Obter suporte de CEO/CFO para investimentos necessários em tecnologia, demonstrando que os benefícios tangíveis e intangíveis associados para a organização terão um pay back indiscutível.
O desafio para as empresas e para a função financeira/fiscal de hoje é ser ágil o suficiente para antecipar a imprevisibilidade do futuro e fazê-lo rapidamente, com enfoque na garantia de qualidade dos dados e sua análise, já que o compliance vai ser tendencial e crescentemente assegurado pela tecnologia/IT.
Para saber mais sobre Tax & Finance, visite a página da EY. Se tiver interesse, subscreva aqui as comunicações da EY Portugal (convites, newsletters, estudos, etc).
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