“Genuinfluencers”. Quando as ideias valem mais do que os produtos
Já lhe chamam o "influencer" do futuro e na realidade não nos querem vender nada. Será?
A WGSN uma das maiores e mais influentes agências de tendências foi das primeiras a falar deles. Os “genuinfluencers” surgem num dos relatórios deste ano e são apresentados como “focusing on lessons over likes, influencers will continue integrating learnings into everyday content, often partnering with businesses and even governments”.
Ou seja, o marketing de influência não desaparece, mas irá evoluir para foco em pessoas que possam ser mais thought-leaders do que apenas experimentar produtos e mais interessados em promover ideias do que marcas. E entre os exemplos que já se podem ler em textos sobre a nova tendência, há um caso particularmente interessante. Charli D’Amelio de 16 anos tem no TikTok um número de seguidores do mesmo tamanho da população das Filipinas e é um fenómeno em matéria de coreografias. Foi para ela que a Procter & Gamble olhou quando a Pandemia se atravessou nas nossas vidas. A multinacional apostou na influencer como uma espécie de “agente no terreno” que através das suas coreografias promoveu, por exemplo, práticas de distância social. A ideia era influenciar a sua rede a proteger-se durante a crise de saúde pública mundial. Segundo a PRWeek a “#DistanceDance”, com clips de 20 segundos, foram dos mais vistos da rede, “the campaign led to the creation of more than 3.5 million #DistanceDance videos, which have collectively been viewed more than 15.6 billion times.”
Os números valem o que valem, mas no mundo atual, para as marcas, valem muito. E vale a pena refletir sobre esta nova geração de influenciadores, que estão mais interessados em espalhar ideias e verdades do que propriamente vender produtos. “Compared to regular influencers, genuinfluencers make a name for themselves by providing honest advice on specific topics” diz Evy Lyons, da Traack, num dos artigos que li esta semana.
Ao que parece os “genuinfluencers” estão mais próximos dos criadores de conteúdos, ou seja, já são especialistas em determinado tema e usam as suas plataformas para conteúdos informativos. Já os influencers trabalham mais na área do engage com a sua rede. “By 2020, something started to shift, and it was due to a confluence of reasons, with 10 years of social justice, tech overload, inequalities, burnout and increased mental health awareness. 2020 was, all of a sudden, about information and entertainment. There was this new currency we were seeing around knowledge and information, and it almost had its own sense of cultural capital” explica em entrevista ao Fashionista Sarah Owen, da WGSN.
Por cá temos visto crescer agências na área do marketing de influência, e parece haver potencial em qualquer um de nós para um futuro influenciador. Os orçamentos também parecem crescer, ou virarem-se para as redes sociais. Cabe agora às marcas, genuinamente, escolher os seus influenciadores genuínos. Não fará parte desta Era do pós-propósito?
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