Espanha exige teste ou prova de vacina para quem atravesse fronteira terrestre com Portugal

Quem cruzar a fronteira terrestre entre Portugal e Espanha tem, a partir desta segunda-feira, de mostrar um teste ou prova de vacinação. De acordo com o site do consulado de Espanha, quem tiver mais de seis anos, tem de apresentar um de três certificados sanitários: certificado de vacinação, certificado de diagnóstico (expedido nas 48 horas anteriores à chegada) ou um certificado de recuperação.

“Desde 7 de junho todas as pessoas de seis ou mais anos que cruzem a fronteira terrestre desde Portugal a Espanha, deverá dispor de algum dos certificados sanitários exigidos aos passageiros que entrem em Espanha por via aérea ou marítima“, indica o consulado.

Portugal está agora incluído na lista de países ou zonas em risco publicada pelo Ministério da Saúde. O consulado indica que “se existir uma alteração desta situação, a informação será atualizada” neste site.

As regras ficam assim mais harmonizadas com a chegadas aéreas ou marítimas, ainda que por estas vias, Espanha exija ainda o preenchimento de um formulário online de controlo sanitário que pode encontrar em Spain Travel Health, mesmo para quem esteja em trânsito. Este formulário, segundo o consulado, vai gerar um código QR individualizado que deverá ser apresentado às companhias de transporte antes do embarque.

No seguimento da decisão, o Governo dez um pedido de esclarecimentos a Madrid, segundo disse fonte da embaixada de Portugal em Madrid à agência Lusa. Os executivos dos dois países estão em contacto “permanente” para “esclarecer” o alcance da medida e o impacto real no que é o quotidiano entre os dois países, aguardando-se uma reação do lado espanhol.

Em declarações à TSF (acesso livre), o ministro dos Negócios Estrangeiros Augusto Santos Silva afirmou que a medida é “um erro”. Explicou que Espanha tinha comunicado que ia facilitar a circulação de pessoas, a entrada de estrangeiros em Espanha, passando a quem esteja vacinado não tenha de apresentar um teste à Covid. “Não estávamos à espera e deve ser um erro que essas medidas se apliquem também à fronteira terrestre“, sublinhou o ministro.

“A fronteira entre Portugal e Espanha tem sido sempre gerida conjuntamente de forma muito cuidada com os dois ministros da Administração Interna. Portanto, na nossa opinião, trata-se manifestamente de um lapso, de um erro, de um equívoco, no que está hoje contido na decisão das autoridades de saúde espanholas. Pedimos esclarecimentos às autoridades espanholas e aguardamos esse esclarecimento de modo a podermos evitar aquilo que seria uma consequência lógica que seria a adoção por Portugal de medidas recíprocas”, acrescentou Augusto Santos Silva à TSF.

(Notícia atualizada às 20h17)