Governo britânico estuda isenção de quarentena para vacinados
"Este vai ser, aconteça o que acontecer, um ano difícil para viajar", avisou o primeiro-ministro Boris Johnson.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, admitiu esta segunda-feira estar a avaliar a possibilidade de isentar de quarentena pessoas totalmente vacinadas contra a covid-19 que cheguem do estrangeiro, mas evitou falar sobre a expansão da “lista verde”.
Questionado por jornalistas durante uma visita a um laboratório científico em Hertfordshire, no norte de Londres, Johnson disse que é “muito importante” olhar-se “para as oportunidades de todos” (…) nos próximos meses terem duas vacinas.
No entanto, vincou que a prioridade será proteger o país da entrada de novas variantes do coronavíus.
“Este vai ser, aconteça o que acontecer, um ano difícil para viajar. Haverá problemas, haverá atrasos, porque a prioridade tem de ser manter o país seguro e impedir que o vírus volte”, explicou.
A imprensa britânica tem noticiado, com base em fontes anónimas do Governo, que está a ser estudada a isenção de quarentena a pessoas com as duas doses de imunização contra a covid-19 que cheguem de países na “lista amarela”, como Portugal.
Segundo o Daily Telegraph, o Ministério dos Transportes vai propor isentar adultos vacinados e crianças não vacinadas do isolamento atualmente exigido a britânicos cheguem de destinos de férias populares como Espanha, Itália, França ou Grécia, facilitando férias em família.
Os países na “lista amarela” estão sujeitos a restrições mais apertadas, nomeadamente quarentena de 10 dias à chegada a Inglaterra, e dois testes PCR, no segundo e oitavo dia.
A “lista verde”, atualmente limitada a 11 países e territórios, dispensa de quarentena e testes os viajantes que cheguem a território britânico, embora continuem obrigados a um teste PCR antes do embarque.
Portugal foi o único país da União Europeia (UE) que entrou para esta lista, em 17 de maio, mas foi removido menos de três semanas depois, a 6 de junho.
A “lista vermelha” exige quarentena de 10 dias num hotel designado, além de dois testes PCR, sendo interdito viajar por motivos não essenciais para aqueles países.
Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte definem as suas próprias regras, mas têm o mesmo sistema de “semáforo” para viagens internacionais e têm acompanhado Inglaterra nas decisões.
A revisão da composição da “lista verde”, feita a cada três semanas, acontece esta quinta-feira, mas vários ministros têm afastado a hipótese de ser alargada a curto prazo e a imprensa britânica sugere que as novas regras poderão só entrar em vigor no final de julho.
Devido à rápida propagação da variante Delta, o Governo britânico decidiu na semana passada adiar para 19 de julho a quarta etapa do plano de desconfinamento que prevê eliminar a maioria das restrições, nomeadamente em termos de grandes eventos e capacidade de espaços fechados.
O Governo britânico espera que até àquela data todos os adultos tenham recebido pelo menos uma das doses, a vacinação sido alargada a todos os maiores de 18 anos na semana passada.
Desde dezembro foram inoculadas mais de 43 mil pessoas com uma primeira dose de uma vacina contra a covid-19, o que corresponde a 82% da população adulta, e 31.500 pessoas, ou 60% da população adulta, já receberam também a segunda dose.
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