BRANDS' ECO Provas de conceito – porta de entrada ou montra de inovação?

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  • 7 Julho 2021

O programa Fintech 365 da Microsoft for Startups o Portugal Fintech desfez o mito de que só as startups têm de provar a sua capacidade de criar e testar numa prova de conceito.

Na sua criação, o programa Fintech 365 posicionou-se como uma plataforma entre startups e instituições maduras. Um programa focado em retirar a fricção na comunicação deixando de fora bootcamps e elevator pitches.

O que sobra é uma fórmula simples que se foca na comunicação entre as partes e que desafia as instituições a criarem formas ágeis de trabalhar com o ecossistema fintech.

Esta agilidade torna-se crítica num momento em que a criação de novos serviços financeiros passa a ser feita em ecossistema e com recurso à hiperespecialização das fintech.

António Ferrão, diretor Fintech Solutions

A abertura das instituições financeiras ao ecossistema fintech pode ser sistematizada em três fatores críticos de sucesso: Champions de Inovação, Canais de Relação com o Ecossistema e Métodos de Teste. Estes fatores permitem à instituição abordar de forma comprometida as provas de conceito e fazer das mesmas portas de entrada para acelerar novos serviços.

Estes três fatores assentam em duas áreas mais vastas e que terão necessariamente de existir – cultura de experimentação e um pipeline de inovação – que se consideram preexistentes para trabalhar com o ecossistema fintech.

  1. Champions de Inovação – os champions são elementos dispersos na organização (no negócio, compliance, IT, etc.) mas que têm o drive para levar um projeto para a frente. As equipas de inovação dependem destes recursos porque têm a capacidade de navegar a organização e fazer acontecer. Identifiquem-no, envolvam-nos na agenda de inovação e criem autonomia para testar.
  2. Canais de Relação com o Ecossistema – para lá da comunicação com o ecossistema através de programas pontuais, as instituições procuram criar relações com o ecossistema. Em alguns casos, fazem-no de forma autónoma como o Marketplace do BBVA, que disponibiliza os seus desafios às startups ou os observatórios internos que fazem screening regular ao mercado. Porém, a chave para manter uma relação contínua com o ecossistema é trabalhar em rede através de parceiros como a Portugal Fintech ou a Microsoft por estarem dedicadas a trabalhar com as próprias startups.
  3. Métodos de teste – a prova de conceito (PoC) surge como estratégia de criação de um novo serviço com uma startup, acima de tudo quando ambas as partes pretendem saber a melhor estratégia para esse serviço. Porém, o conceito é lato e resulta não raras vezes em desalinhamento de expectativas. O sucesso de um PoC assenta em dois fatores: em primeiro, na definição clara de iniciativas de pequena escala que possam progressivamente validar três dimensões da parceria (integração, alinhamento de negócio e viabilidade); em segundo lugar, na definição de processos de onboarding transparentes que comprovem o compromisso da organização no sucesso do PoC e transmitam confiança à startup (veja-se o caso do Barclays).

As startups, claro, não ficam isentas de responsabilidade no sucesso destas parcerias. O programa mostrou também como as startups mais bem-sucedidas foram as que compreendiam melhor os processos de decisão de uma instituição e que sabiam apresentar prova de conceito com a escala necessária e com o foco procurado (tecnologia, UX, viabilidade, etc).

Para enfrentar este gap entre corporates e startups, a Portugal Fintech criou a Fintech Solutions, uma área dedicada ao apoio às instituições que procuram criar serviços em parceria com o ecossistema fintech, através de:

  • Screening de startups para aceleração de roadmap de inovação;
  • Suporte ao desenvolvimento de Provas de Conceito e interação com o ecossistema;
  • Revisão de jornada de customer experience e cruzamento com soluções fintech.

O Fintech 365, realizado em conjunto com a Microsoft for Startups, é um exemplo do trabalho desenvolvido para fechar este gap, e contribuir para instituições financeiras mais abertas à inovação com o ecossistema.

Texto por António Ferrão, diretor da Fintech Solutions.

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