Dinheiro para apoiar emprego leva dívida pública para os 274,8 mil milhões

A dívida pública, na ótica de Maastricht, subiu 2,1 mil milhões de euros em maio para os 274,8 mil milhões de euros. O rácio tinha subido para um novo máximo de 137,1% do PIB no primeiro trimestre.

A dívida pública, na ótica de Maastricht (a que interessa a Bruxelas), subiu 2,1 mil milhões de euros em maio para os 274,8 mil milhões de euros, segundo os dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal (BdP). Em abril, a dívida pública tinha descido 2,5 mil milhões de euros, após o máximo de março, e o rácio terminou o primeiro trimestre num novo recorde: 137,1% do PIB.

Para esta subida contribuiu o acréscimo de empréstimos, por via, essencialmente, do recebimento da segunda tranche do empréstimo da Comissão Europeia (2,4 mil milhões de euros) ao abrigo do instrumento europeu SURE“, explica o banco central em comunicado. Essa transferência foi feita no final do mês de maio na forma de empréstimo com juros baixos para proteger o emprego e ajudar a pagar outros custos da pandemia.

O IGCP estima que Portugal poupe entre 14 a 15 milhões por ano só com a primeira tranche de 3 mil milhões de euros que foi recebida em dezembro, tal como o ECO noticiou, num total de 204 e 219 milhões até ao fim do empréstimo. O país terá de começar a reembolsar o dinheiro recebido da Comissão Europeia ao abrigo do SURE daqui a oito anos.

Dívida pública sobe 2,1 mil milhões de euros entre abril e maio por causa do SURE

Fonte: Banco de Portugal.

Quanto ao rácio de endividamento público, este subiu 3,5 pontos percentuais no primeiro trimestre face ao quarto trimestre de 2020 (133,6% do PIB). Este é o resultado de dois efeitos: por um lado, o PIB contraiu 3,3% no primeiro trimestre face ao quarto trimestre; por outro lado, o montante mensal da dívida pública cresceu 4,8 mil milhões de euros no primeiro trimestre.

Apesar desta subida no início de 2021, a expectativa é que o rácio diminua nos próximos trimestres dada a forte recuperação da economia, o que deverá levar a crescimentos do PIB de dois dígitos no segundo trimestre. A previsão do Governo é chegar ao final do ano com um rácio da dívida pública de 128% do PIB, menos 5,6 pontos percentuais do que o de 2020. Esta previsão tem subjacente um crescimento anual da economia de 4% e um défice de 4,5% do PIB em 2021, mas estas estimativas poderão mudar quando for apresentado o Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022).

Sobre os dados mensais, os números do banco central revelam ainda que os ativos em depósitos das administrações públicas — a chamada “almofada financeira” — aumentaram 1,3 mil milhões de euros para os 20,6 mil milhões de euros. Assim, a dívida pública líquida de depósitos aumentou 800 milhões de euros em relação ao mês anterior, totalizando 254,2 mil milhões de euros.

A próxima atualização dos dados do endividamento público ocorre a 2 de agosto.

(Notícia atualizada às 11h18 com mais informação)

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