Micro e PME’s representam 78% do emprego em Portugal

O trabalho de parceria entre as empresas tem vindo a ser cada vez mais forte. Potenciar o que já existe, abrindo as portas a novas formas de trabalhar, tem sido o sucesso de muitas empresas.

A OCDE publicou recentemente um relatório, sobre os apoios às PME portuguesas, durante este período pandémico que vivemos com dados muito interessantes sobre a demografia económica em Portugal. Entre os vários números que o estudo apresentou, um deles parece-me bastante relevante para o cenário económico português. 78% do emprego em Portugal é assegurado por Micro e PME (um valor superior à média dos países da OCDE, que é de 69%). Este nível de emprego, que as empresas criam em Portugal, pode levar a diversas interpretações (que tipo de empresa, qual capacidade de gerar valor, a forma de remuneração dos colaboradores, se são exportadoras ou não, etc.), mas podemos olhar para este número de outra forma: de que forma estas empresas estão dispostas a colaborar para crescerem, serem mais sustentáveis e poderem ganhar quota de mercado? De que forma podemos ajudar as micro e PME a crescerem para ganhar mais mercado e serem cada vez mais robustas? Afinal, estes 78% representam o garante de emprego a mais de 3 milhões de portugueses.

Uma primeira reflexão é que a pandemia veio quebrar com a barreira, de que, se uma empresa trabalha num determinado setor não consegue transformar a sua forma de trabalhar e entrar em novos segmentos. São vários os exemplos que demonstram a capacidade de adaptação das PME a novos segmentos, nos quais, até então, nunca pensariam sequer investir. Podemos sempre afirmar que foi uma questão de necessidade (ou até mesmo de sobrevivência) mas, a verdade, é que houve imensos casos de sucesso.

Uma segunda reflexão é que talvez esteja na altura de alterar a forma como colocamos as empresas portuguesas em “caixinhas”, ou seja, temos sempre a tendência para olhar para o panorama das empresas portuguesas e tipificar o seu tamanho de acordo com parâmetros que já não fazem qualquer sentido, sobretudo numa economia cada vez mais globalizada e mais tecnológica.

Importa, também, olhar para os atuais gestores das empresas portuguesas. Têm uma formação académica cada vez mais diversa, contam com mais acesso a ferramentas de gestão, são cada vez mais “internacionalizados”, estão presentes no território de forma mais diversificada e estão mais abertos a novas soluções para o sucesso das suas empresas.

Assim sendo, de que forma as empresas estão dispostas a colaborar para crescerem, serem mais sustentáveis e poderem ganhar quota de mercado? Desde logo, estão muito mais disponíveis à entrada de parceiros que façam crescer o negócio. Em alguns casos, é um parceiro financeiro, mas noutros, são parceiros estratégicos (em alguns casos até empresas que concorrem no mesmo mercado). Num mercado pequeno como o Português, apenas dessa forma as empresas podem continuar a crescer e a ganhar mercado.

Nos tempos recentes, são várias as transações que têm sido feitas entre empresas portuguesas e que, curiosamente, chamam à atenção de empresas e investidores internacionais. Resumindo, o trabalho de parceria entre as empresas Portuguesas tem vindo a ser cada vez mais forte. Potenciar o que já existe, abrindo as portas a novas formas de trabalhar, tem sido o sucesso de muitas empresas.

De que forma podemos então ajudar as micro e PME a crescerem para ganhar mais mercado e que sejam cada vez mais robustas? Obviamente que os apoios do Estado ajudaram nestes tempos (não vou entrar no detalhe sobre a qualidade do mesmo, pois penso que o mesmo já foi abordado em diversos fóruns), mas o acesso a informação e à forma como as empresas se devem posicionar no mercado é fundamental para que as mesmas cresçam.

Os empresários portugueses não precisam que lhes seja ensinado a forma como devem produzir o seu produto, precisam é de ajuda na forma como o seu produto possa chegar a novos mercados, encontrar novos parceiros e poderem alavancar o seu conhecimento com a entrada de novos parceiros.

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