PSD critica Governo “gasto” e estado “muito mau” da nação
É necessária “uma economia mais competitiva, com mais reformas”, diz o PSD, mas critica o PS por não ter “vontade nenhuma de reformar o que quer que seja”.
O PSD considera que a nação “está num estado muito mau” e que o Governo está “gasto e cansado” e acusou o PS de não ter “vontade nenhuma de reformar o que quer que seja”.
“Gostava muito de não ter que responder ao atual estado da nação porque a nação está num estado muito mau”, afirmou o deputado do PSD Afonso Oliveira.
Em declarações à agência Lusa a propósito do debate sobre o Estado da Nação, agendado para quarta-feira no Parlamento, o vice-presidente da bancada social-democrata considerou que antes da pandemia “o país estava mal”, com “uma economia estagnada há 20 anos e, portanto, o estado já era mau a esse nível”.
Desde o início da pandemia, que é uma “circunstância excecional” e que “todos os países tiveram de enfrentar”, o Governo não agiu “em conformidade com o que era exigível num caso destes”, criticou.
Afonso Oliveira apontou como exemplo “a falta de apoio que a economia devia ter”, indicando que no quadro europeu “Portugal foi dos países que menos apoiou” e isto “tem consequências muito graves”, uma vez que as previsões apontam que Portugal “será dos países que mais dificuldades terá em recuperar a economia”.
Sobre o Governo PS, o PSD diz que está “gasto, cansado, com vários ministros a cometerem muitos erros, com o Governo a cometer vários erros em várias dimensões da vida do país e um primeiro-ministro que vai assistindo a esta realidade sem tomar nenhuma decisão sobre essa realidade”.
O deputado considerou também que, num momento em que é necessária “uma economia mais competitiva, com mais reformas”, o PS não tem “vontade nenhuma de reformar o que quer que seja” e o que se pode esperar “são reformas que também não serão boas para o país” se forem reformas apoiadas pelo PCP e pelo BE.
O vice-presidente do grupo parlamentar do PSD lamentou ainda a “forma como o Governo tem ocupado a Administração Pública, as nomeações que tem feito ao longo deste tempo todo”. “A polémica à volta do procurador europeu, que não podia ser assim como foi feito, a transferência do ministro das Finanças para o Banco de Portugal, a recente polémica à volta da nomeação de Vítor Fernandes para o Banco de Fomento, a nomeação de Ana Paula Vitorino para uma entidade de regulação”, exemplificou.
Para o PSD, “uma democracia mais madura, como Portugal deverá ser, e mais forte, deverá ter reguladores fortes, uma economia competitiva com reguladores fortes”. “Reguladores fracos, supervisão fraca na economia é um mau indício para Portugal”, defendeu Afonso Oliveira.
O debate sobre o Estado da Nação está agendado para quarta-feira, na Assembleia da República, e tem duração prevista de quase quatro horas. O Governo e os partidos com representação parlamentar vão analisar em retrospetiva a última sessão legislativa.
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