OE2022 deveria redirecionar a energia económica do país, diz a IL

Marcelo Rebelo de Sousa está reunido esta tarde com os partidos com assento parlamentar para os ouvir quanto ao Orçamento do Estado para 2022 e à situação pandémica.

O Presidente da República está a receber os partidos com assento parlamentar, esta segunda-feira, para ouvir o que cada um tem a dizer quanto ao Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), mas também quanto à atual situação sanitária do país. O Iniciativa Liberal, o Chega, o PEV e o PAN são os primeiros a serem ouvidos e os restantes serão recebidos por Marcelo amanhã e quarta-feira.

IL lamenta que se continue a pôr o Estado “no meio e à frente” de todas as decisões

João Cotrim de Figueiredo foi o primeiro a ser ouvido, tendo adiantado aos jornalistas que neste encontro partilhou com Marcelo aquela que é uma “preocupação” do partido há algum tempo. “Portugal tem uma enorme oportunidade de fazer uma retoma económica que nos permita reduzir a distância que tem de outros países, mas corre o risco claro de desperdiçar essa oportunidade”, disse.

Para o líder do Iniciativa Liberal, o país corre o risco de perder essa oportunidade “porque as prioridades que estão a ser definidas para a aplicação dos fundos e para o redirecionamento das energias económicas e criativas dos portugueses estão erradas”. E explicou: “Continua-se a pôr o Estado no meio e à frente de todos os processos de decisão e desenvolvimento e isso é a receita que nos últimos 20 anos conduziu Portugal a esta situação”.

Assim, João Cotrim de Figueiredo defende que o OE2022 “deveria consignar estas prioridades diferentes” e que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) “tem de ter — já que não teve um desenho adequado a essas prioridades — um acompanhamento muitíssimo próximo”.

Sobre a atual situação pandémica, o deputado disse ainda que “Portugal está a entrar numa fase nova e diferente” e que “tem agora a obrigação de colocar a liberdade à frente da segurança”.

Chega diz que bazuca europeia tem de chegar às pequenas empresas

O Chega foi o segundo partido a ser ouvido por Marcelo e, à saída desta reunião, André Ventura adiantou aos jornalistas que o partido voltou a deixar claro junto do Chefe de Estado que este “tem de influenciar o Governo para que a bazuca europeia e os próprios recursos nacionais não continuem a ser unicamente direcionados para instituições públicas, mas que tenham uma forte canalização para a economia“.

“Precisamos que este dinheiro chegue às pequenas empresas e aos que mais têm sofrido com a pandemia”, disse o líder do Chega, referindo que o partido “não estará disponível para nenhuma validação do OE que não apoie diretamente os setores que têm sido mais fragilizados e mais afetados pela pandemia”. “Um OE que não apoia estas realidades não serve para os portugueses”, afirmou André Ventura.

Sobre a atual situação política do país, o deputado disse ainda que “a direita está numa posição difícil do ponto de vista de criar consensos e pontes” e que se está a “transferir votos entre partidos de direita”. “Isso é o pior que nos pode acontecer. Temos de ter noção que se a direita não conseguir apresentar alternativa de Governo credível e sólida, então estamos a falhar na nossa missão”, acrescentou.

PEV quer “perceber” grau de execução

Depois de ouvido por Marcelo, José Luís Ferreira afirmou aos jornalistas que “é importante perceber este grau de execução” para se “aferir a credibilidade que o Governo merece nos compromissos que assume”. Só assim será possível “avaliar até que ponto é que esse Orçamento dará resposta aos problemas do país e dos portugueses”, disse o líder do PEV, citado pelo Expresso.

PAN compreende medidas, mas pede “gradualismo”

O PAN foi o último partido a ser ouvido e à saída, em declarações aos jornalistas, Inês de Sousa Real afirmou compreender que há “uma saturação em relação às medidas, na perspetiva de que de confinamento em confinamento tem havido situações de maior isolamento, perda de rendimento, mas também de dificuldade na retoma económica”. Contudo, citada pelo Expresso, defendeu que tem de haver “gradualismo nas medidas”.

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