Exportações de calçado crescem 12,3% até junho para 752 milhões
O calçado português dá sinais de recuperação, mas ainda não será este ano que regressa aos níveis pré-pandemia, antecipa a APICCAPS.
As exportações da indústria portuguesa de calçado aumentaram 12,3%, para 752 milhões de euros, no primeiro semestre face ao período homólogo, com 33 milhões de pares vendidos, divulgou esta quarta-feira a associação setorial.
“Num período ainda de grande indefinição no plano internacional – recorde-se que os dados do World Footwear apontam para uma plena recuperação do setor de calçado a nível mundial apenas em 2023 – o calçado português dá sinais de recuperação”, destaca o Gabinete de Estudos da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS), tendo por base dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo a associação, “o setor está ainda dependente da evolução de vários indicadores”, como a evolução da pandemia, a situação no Afeganistão, o aumento dos custos das matérias-primas e as dificuldades logísticas, “mas dificilmente atingirá já este ano os níveis de 2019”.
Apesar do recuo das exportações em França (menos 2,6% para 144 milhões de euros), a Europa é apontada, por agora, como “um grande motor de crescimento do setor”.
Destaque também para o crescimento registado nas vendas para a Alemanha, que superou a França e ascendeu ao primeiro lugar entre os grandes mercados do setor, com um crescimento de 39,4%, para 186 milhões de euros.
No espaço comunitário, a APICCAPS salienta ainda os “bons desempenhos” nos Países Baixos (mais 12,3%, para 111 milhões de euros) e Espanha (crescimento de 2,9%, para 52 milhões de euros), sendo que “também no Reino Unido há bons indicadores a reportar” (mais 14,1%, para 41 milhões de euros).
Já fora do espaço europeu, a associação dá conta de “bons sinais” nos EUA (mais 10%, para 33 milhões de euros), China (mais 32,8%, para 9,6 milhões de euros) e Canadá (mais 41,2%, para 9,5 milhões de euros).
Segundo a APICCAPS, também o setor de artigos de pele e marroquinaria “apresenta bons indicadores” este ano, apresentando no primeiro semestre um crescimento de 21,4% nas exportações, para 84 milhões de euros.
Neste setor, os mercados de Espanha (mais 6,1%, para 21 milhões de euros), França (mais 14,9%, para 16 milhões de euros), Turquia (mais 31,8%, para 11 milhões) e EUA (mais 370%, para sete milhões de euros) destacam-se pela evolução registada.
“Ainda que com um desempenho geral mais modesto”, o subsetor de componentes para calçado parece também estar a “animar” em 2021: de janeiro a junho, exportou 23 milhões de euros, o que representa um crescimento de 2,2% relativamente a 2020, avança a associação.
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