Vamos ser diferentes: vamos cooperar!

Sendo Portugal uma economia aberta, a competitividade no mercado global tem, necessariamente, de assentar na capacidade de inovar. Não há outro caminho.

COOPERAÇÃO etimologicamente deriva do verbo latino cooperare, de cum e operare = operar juntamente com alguém; significa a ação conjunta para uma finalidade comum. Os membros de um grupo beneficiam da cooperação de todos, sendo que muitas vezes o interesse próprio de cada indivíduo pode agir em sentido contrário.

Cooperação pressupõe que os indivíduos se preocupem com os outros, ou seja, que pense no coletivo também. Por vezes o indivíduo tem que se “sacrificar” pelo todo, proporcionando assim um maior desenvolvimento e progressão do coletivo e por consequência do individual também.

As formigas são um exemplo perfeito de cooperação. Elas são insetos sociais e trabalham juntas para levar objetos muito maiores do que elas até o formigueiro. Essa cooperação é a base da sua sobrevivência.

As abelhas são consideradas o símbolo do trabalho e da cooperação, da sobrevivência. Na sociedade das abelhas não há um posto central de comando. O poder é disseminado através da colmeia e as decisões diárias são tomadas consensualmente.

A cooperação minimiza algumas das insuficiências mais marcantes das empresas nacionais, como a sua reduzida dimensão, a escassez de recursos humanos e financeiros, a pouca capacidade de gerar inovação e a desadequação organizacional, permitindo uma menor necessidade de meios de financiamento e acesso a instrumentos de financiamento mais adequados, uma redução de custos, uma adoção de novos métodos de gestão, redução de riscos e melhoria da sua competitividade sobre o setor.

Sendo Portugal uma economia aberta, a competitividade no mercado global tem, necessariamente, de assentar na capacidade de inovar. Não há outro caminho. Na realidade, o ciclo de vida, a competitividade e a sustentabilidade das organizações estão hoje muito dependentes e intimamente associados à capacidade de introduzir novas práticas culturais, novos métodos de produção, novas tecnologias, novos produtos e novas abordagens de marketing de vender, que se adaptem às necessidades dos consumidores.

Assim, nos últimos anos, somos absorvidos pela invocação e muitas vezes quase obrigação, de promover a cooperação e o trabalho em rede entre o setor empresarial e o científico para melhorar a transferência de conhecimento/tecnologia e promover a inovação. Este tipo de cooperação é sem dúvida importante, mas colocam-se muitas dúvidas, quanto ao efetivo impacto que se consegue alcançar, com projetos megalómanos, que se traduzem em parcos resultados, para um investimento avultado que é aplicado na concretização dos projetos.

A inovação em rede apela à prática da gestão de processos e capacidade em rede para gerar novos conhecimentos. A inovação em rede está fortemente interligada com os processos de partilha do conhecimento e capital social, uma vez que o esforço de inovação deixa de ser endógeno à organização e linear ao investimento em I&D para passar a ser um processo conduzido de forma exógena à organização. Na organização em rede, a organização estabelece conexões estreitas com outras organizações. Estas conexões entre organizações podem ser motivadas por fatores inerentes à inovação, por exemplo: elevados custos e riscos, tempo de desenvolvimento de um novo produto, elevado volume de informação a tratar.

Quando olhamos para o que foi o primeiro motor de inovação da sociedade, deparamo-nos com duas propriedades essenciais. A primeira é a capacidade de criar novas ligações com tantos elementos quanto possível. E a segunda, é a criação de um ambiente que podemos considerar “aleatório” e que estimula os choques entre todos os elementos existentes no sistema. Estamos assim a falar da essência de base do estímulo à Inovação e que se origina com base em processos formais ou informais, algo que simultaneamente se pode aplicar ao contexto da cooperação, refletindo assim que a mesma poderá ser e funciona, de uma forma informal.

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