Bruxelas angaria 12 mil milhões em “maior emissão de sempre” de obrigações ‘verdes’
Esta é “a maior emissão de obrigações ‘verdes’ de sempre nos mercados de capitais globais e a maior emissão ‘verde’ alguma vez emitida, não na Europa, mas no mundo”, disse o comissário Johannes Hahn.
A Comissão Europeia lançou esta terça-feira aquela que designou como a “maior emissão de sempre de obrigações ‘verdes’” e também a primeira feita por Bruxelas para financiar a recuperação assente em projetos sustentáveis, arrecadando 12 mil milhões de euros.
“A Comissão Europeia emitiu hoje a primeira obrigação ‘verde’ no âmbito do [fundo de recuperação] NextGenerationEU, angariando assim 12 mil milhões de euros para serem utilizados exclusivamente para investimentos ambientais e sustentáveis em toda a União Europeia [UE]”, anunciou a instituição em informação enviada à imprensa.
Falando em conferência de imprensa na apresentação da iniciativa, o comissário europeu do Orçamento e Administração, Johannes Hahn, destacou que esta é “a maior emissão de obrigações ‘verdes’ de sempre nos mercados de capitais globais e a maior emissão ‘verde’ alguma vez emitida, não na Europa, mas no mundo”.
Em causa está uma obrigação a 15 anos com vencimento em 04 de fevereiro de 2037, que foi subscrita mais de 11 vezes, num total de mais de 135 mil milhões de euros.
“A União teve hoje um forte início do seu programa de emissão de obrigações ‘verdes’, que vai gerar até 250 mil milhões de euros até 2026”, observou Johannes Hahn, vincando que a iniciativa permitirá à UE “tornar-se na maior [instituição] mundial emitente de obrigações ‘verdes’ e ter um impacto forte e positivo nos mercados”.
Para financiar a recuperação, a Comissão Europeia vai contrair, em nome da UE, empréstimos nos mercados de capitais até 750 mil milhões de euros a preços de 2018 – cerca de 800 mil milhões de euros a preços correntes –, o que se traduz em cerca de 150 mil milhões de euros por ano, em média, entre meados de 2021 e 2026, fazendo da UE um dos principais emissores.
No que toca às obrigações ‘verdes’, o executivo comunitário criou um enquadramento para dar aos investidores a confiança de que os fundos mobilizados serão atribuídos a projetos ‘verdes’ (como plataforma de investigação para a transição energética ou a construção de centrais eólicas), estando ainda previstos relatórios sobre impacto ambiental.
O objetivo de Bruxelas é garantir que as verbas são mesmo destinadas a objetivos ambientais, nomeadamente no âmbito da recuperação pós-crise da covid-19.
As regras do fundo de recuperação da UE preveem um mínimo de 37% de cada Plano nacional de Recuperação e Resiliência dedicado à transição verde, com muitos Estados-membros a esforçarem-se por ir além desta meta, como Portugal.
A transação foi a quinta realizada desde o início das operações de financiamento da recuperação pós-crise da covid-19, em junho deste ano, e surge depois de, já no final de setembro, Bruxelas ter já realizado o primeiro leilão de obrigações relacionado com o fundo NextGenerationEU.
Ao todo, estas operações permitiram já à Comissão Europeia angariar 68,5 mil milhões de euros de financiamento a longo prazo através de obrigações.
Além disso, a Comissão emitiu até agora cerca de 14 mil milhões de euros de títulos da UE, no âmbito do início dos leilões de títulos da UE em meados de setembro.
Até ao final do ano, a Comissão Europeia espera angariar cerca de 80 mil milhões de euros em obrigações, a serem complementados por títulos da UE de curto prazo. Prevista está mais uma emissão de obrigações em novembro, bem como leilões regulares.
Uma obrigação ‘verde’ é um instrumento usado no mercado de crédito ou obrigacionista destinado a financiar projetos climáticos e ambientais.
A Comissão Europeia estabeleceu o objetivo de tornar a Europa no primeiro continente com impacto neutro no clima, nomeadamente através do Pacto Ecológico Europeu.
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