Diretora do FMI afirma que problemas de credibilidade estão no Banco Mundial
"Não há dúvida sobre a credibilidade do FMI, dos nossos dados, das nossas pesquisas. Então, o problema está do outro lado da rua", disse Georgieva, diretora do FMI e ex-presidente do Banco Mundial.
A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, defendeu esta quarta-feira a “credibilidade” do organismo que dirige e disse que os “problemas” nesse sentido estão no Banco Mundial (BM).
Em conferência de imprensa na abertura da assembleia anual do FMI e do BM, Georgieva respondeu dessa forma às perguntas sobre a auditoria que revelou pressões impróprias do Banco Mundial para favorecer a China num relatório sobre o clima de negócios quando a economista búlgara trabalhava na instituição.
O FMI manifestou na segunda-feira “plena confiança” em Georgieva após uma análise “exaustiva” das acusações que a visavam devido a estas pressões quanto estava no BM.
A questão da manutenção de Kristalina Georgieva, de 68 anos, à frente do FMI, surgiu após a publicação, em 16 de setembro, das conclusões de uma investigação conduzida pelo escritório de advogados WilmerHale.
Os autores do documento apontaram irregularidades na elaboração das edições de 2018 e 2020 do relatório “Doing Business” do Banco Mundial, acusando Georgieva de ter pressionado as suas equipas, quando era dirigente daquela instituição, para dar à China uma classificação mais favorável.
A investigação foi realizada a pedido do comité de ética do Banco Mundial, depois de o relatório, que classifica os países de acordo com a facilidade em fazer negócios, se ter tornado objeto de muita controvérsia e ter levado à demissão do antigo economista-chefe Paul Romer.
“Não há dúvida sobre a credibilidade do FMI, dos nossos dados, das nossas pesquisas. Então, o problema está do outro lado da rua”, afirmou Georgieva, numa referência à sede do BM, situada em frente à do FMI no centro de Washington.
A economista referiu também que foi contratada para trabalhar de novo no BM em janeiro de 2017, sob a presidência do norte-americano Jim Yong Kim, porque “havia uma atmosfera de medo” e afirmou que “nove meses depois, um inquérito feito aos trabalhadores mostrou um aumento significativo da confiança na direção”.
Sobre a investigação, Georgieva salientou que o Conselho de Administração do FMI, que a ouviu em várias sessões nos últimos dias, fez um trabalho “muito sério” para examinar as acusações.
Georgieva fez grande parte da sua carreira no BM e foi diretora-executiva da instituição entre janeiro de 2017 e 01 de outubro de 2019, quando sucedeu na liderança do FMI a Christine Lagarde.
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