“Este Orçamento do Estado é o pior dos últimos 20 anos”, diz Pedro Ferraz da Costa
O país já vive em instabilidade politica “a partir do momento” em que há “um Governo que é gerido com base” em impulsos anuais de aprovação do Orçamento do Estado, aponta Pedro Ferraz da Costa.
O presidente do Fórum para a Competitividade, Ferraz da Costa, considerou esta quarta-feira a proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) como a “pior dos últimos 20 anos”, acreditando que o seu chumbo “não é um problema”.
“Este Orçamento do Estado é o pior dos últimos 20 anos. Para nós não é um problema que seja chumbado”, referiu Pedro Ferraz da Costa à entrada da conferência sobre o OE2022 que está a decorrer hoje em Lisboa, promovida pelo Fórum para a Competitividade.
O presidente do Fórum para a Competitividade considerou ainda que “o Governo perdeu completamente a noção da realidade quando começou a ir atrás” do PCP e do BE e com medidas que “afetam seriamente a competitividade das empresas” numa altura de retoma da economia e em que existe ainda muita incerteza.
Questionado sobre o clima de instabilidade política que pode resultar do chumbo da proposta orçamental, Ferraz da Costa acentuou que o país já vive em instabilidade politica “a partir do momento” em que há “um Governo que é gerido com base” em impulsos anuais de aprovação do Orçamento do Estado.
“Isso não é estabilidade, é instabilidade política”, precisou, adiantando que a negociação da aprovação do OE na “praça pública” é um “espetáculo mau” e que se este OE for aprovado “não reforça a credibilidade” da solução governativa.
Reiterando que não vê com preocupação o chumbo do OE, Ferraz da Costa referiu alguns dos aspetos que, na sua opinião, fazem deste Orçamento o pior dos últimos anos, anotando as medidas fiscais e também a ligação às propostas de alteração da legislação laboral, criticando a possibilidade de se reverterem mudanças introduzidas durante o período da ‘troika’.
Já na abertura da conferência, o presidente do Fórum para a Competitividade, afirmou: “O chumbo do Orçamento e a realização de eleições antecipadas é, pelo menos para mim, um motivo de esperança”.
O responsável adiantou ainda que este desfecho terá “a vantagem” de permitir queimar uma etapa.
O debate na generalidade do OE2022 arrancou esta terça-feira e prossegue hoje, culminando com a votação da proposta orçamental, numa altura em que o número de votos contra impede a sua aprovação.
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