Investimento em Insurtech fixa recorde de 10,5 mil milhões até setembro
O montante de recursos de investimento aplicado em insurtechs é significativo, mas o dinheiro é seletivo nas apostas que faz. Globalmente, o número de startups que beneficiou dos fundos é pequeno.
O interesse dos investidores pelo insurtech, movimento de inovação tecnológica nos seguros, levou o montante global de financiamento a novo recorde no final do terceiro trimestre (3ºT) ultrapassando, pela primeira vez, o limiar dos 10 mil milhões de dólares de recursos financeiros injetados em start-ups deste vertical fintech.
No acumulado dos primeiros nove meses de 2021 e a nível global, confirmando forte adesão das sociedades de venture capital (capital de risco), o insurtech atraiu 10,5 mil milhões de dólares, ficando a apenas 12 milhões de igualar a soma de investimentos dos anos 2018 e 2019, revela o mais recente Quarterly Insurtech Briefing, divulgado pela Wilis Towers Watson (WTW). Contabilizando um total de 421 operações, número que também é um máximo anual, o briefing da WTW refere incremento de 9% face a 2020, sendo que a quota de startups domiciliadas nos EUA aumentou uns 7 p.p. face ao 2º trimestre, para 46%.
Ainda em base sequencial (trimestre a trimestre), países como Suécia, Singapura, Africa do Sul, Indonésia e Emirados Árabes Unidos também registaram assinalável aumento de transações.
Por outro lado, enquanto 11 mega rondas (operações que captam montantes superiores a 100 milhões de dólares) representaram mais de metade do dinheiro investido no trimestre, a quantia média de capital angariado aumentou para perto de 12 milhões de dólares por operação e o número de rondas de série A quase duplicou, tendo representado 31% das operações inventariadas.
Segundo Andrew Johnston, Global head of Insurtech na Willis Re, especialista que habitualmente comenta os briefings trimestrais sobre o assunto, afirma que “a contínua escalada do investimento não significa que haja capital de risco disponível para todas as insurtechs.”
O padrão evidencia “concentração de parte significativa de fundos em poucas” start-ups. E Johnston exemplifica: “No segundo trimestre, mais de dois terços do capital total angariado foi para 15 negócios. Cerca de 0,5% das insurtechs de todo mundo partilhou entre si 3,3 mil milhões de dólares (11 transações captaram 51% do total do 3ª trimestre), enquanto “1,5 mil milhões de dólares foram distribuídos a outros 147 projetos”. O financiamento foi de “zero para os restantes 95%“.
No trimestre anterior, 15 rondas representaram os mesmos 3,3 mil milhões de dólares, representando 67% do total angariado no mesmo período, salientou Johnston no vídeo de apresentação do relatório.
A ilustrar o desequilíbrio na distribuição dos recursos disponibilizados e os riscos que merecem maior financiamento ao nível da inovação em seguros, o relatório da WTW refere que duas das três maiores rondas beneficiando insurtechs dedicadas a riscos cibernéticos beneficiaram a Coalition (com 205 milhões de dólares angariados) e a At-Bay (185 milhões), indica o briefing da WTW.
Outro aspeto apontado no relatório da Willis Re é os recursos estarem a ser redirecionados: enquanto os modelos focados na distribuição de seguros foram destaque no 1º semestre, os fundos captados no terceiro trimestre mostram relevância das start-ups que propõem a acelerar respostas aos grandes riscos e às ameaças mais complexas, como mudança climática e segurança cibernética.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Investimento em Insurtech fixa recorde de 10,5 mil milhões até setembro
{{ noCommentsLabel }}