Rio vence Rangel. “Ponto final parágrafo. Vamos mudar de capítulo e ganhar as legislativas”
Após a vitória interna contra Paulo Rangel, Rui Rio quis virar a página e focar-se nas eleições legislativas. "Eu vou ganhar", prometeu o líder reeleito, falando das mudanças que quer ver no país.
Rui Rio venceu as diretas do PSD contra Paulo Rangel e vai ser o candidato a primeiro-ministro pelos social-democratas. Ultrapassado o combate interno, Rio focou-se nas legislativas no seu discurso de vitória: “Ponto final parágrafo. Vamos mudar de capítulo. No dia 30 de janeiro temos um grande desafio pela frente que é ganhar as eleições legislativas para mudar a governação no país“, afirmou.
Neste momento, os resultados que constam no site do PSD mostram que, com apenas 10 secções por apurar, Rui Rio tem 52,43% (18.604 votos) e Paulo Rangel fica com 47,57% (15.879 votos). “Este ato eleitoral decorreu com toda a normalidade”, garante o conselho de jurisdição, anunciando a vitória do atual presidente do PSD.
Dirigindo-se aos portugueses, o reeleito líder do PSD disse que o programa eleitoral está a ser elaborado, mas deixou algumas pistas do que irá prometer aos portugueses daqui a dois meses. O social-democrata quer “um país e um Governo mais reformista” para dar “novos horizontes” aos portugueses, baixar os impostos, modernizar os serviços públicos, inverter a “degradação” do Serviço Nacional de Saúde, entre outros.
“Uma governação com mais rigor e menos facilitismo. Portugal e os portugueses não são menos do que os outros europeus. Se não queremos continuar na cauda da Europa, temos de imprimir rigor na governação para ter um país muito mais desenvolvido daquele que temos hoje. Temos de ter mais riqueza e menos endividamento“, prometeu Rui Rio, assegurando que Portugal não pode continuar a ser o terceiro Estado-membro da União Europeia mais endividado.
Já a responder a perguntas dos jornalistas, Rio admitiu que funciona “melhor” quando o “picam”. “E agora que estou tão perto de legislativas, eu efetivamente estou picado para ganhar as legislativas porque é possível“, afirmou, recusando responder à questão sobre se fica ou não como líder se perder as legislativas. “Eu vou ganhar”, disse.
Apesar dos apelos à unidade, o líder do PSD não resistiu a fazer críticas para dentro do partido. “Aqueles que são os dirigentes do partido nas distritais e nas concelhias têm de se ligar mais aos militantes“, disse, referindo-se ao facto de a maior parte da estrutura partidária estar com Rangel mas este ter perdido. E falou da unidade: “O que posso dizer é o que eu sempre disse: estive sempre disponível para fazer unidade, mas só se pode fazer unidade com quem quer. Eu já aprendi que muitos dizem que querem unidade mas depois não querem“, afirma Rio.
Ao seu adversário, deixou uma mensagem de apreço: “Queria deixar um cumprimento especial a Paulo Rangel. Quero reconhecer a dignidade com que reconheceu a derrota na intervenção que fez“, notou.
Rangel espera “sinais claros de unidade” no PSD
Após felicitar Rio pela vitória, Paulo Rangel focou o seu discurso de derrota no facto de Rio ficar “com mais força para as legislativas” e na necessidade de haver “unidade” dentro do partido. Num “apelo muito importante à unidade”, o eurodeputado do PSD pediu para que de “ambos os lados haja esse espírito de abertura e união” para as eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro.
Rangel pediu que haja unidade em torno de Rui Rio e tudo fará para tal com uma “colaboração leal e efetiva com o partido nesta fase que é muito importante”. “Embora suficiente, o prazo é exigente”, afirma, relembrando que as eleições são já daqui a dois meses. “Se vamos para as legislativas, temos de estar unidos e tendo como principal adversário o PS e António Costa. Queria deixar claro que estaremos empenhados em que o PSD possa ter uma excelente vitória“, assinalou.
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