ECO do Dinheiro. Os riscos na aplicação do PRR
Há novas regras na execução dos fundos do PRR, com regras que promovem a sua atribuição sem concurso concorrencial e por ajuste direto.
- Os riscos na aplicação do PRR. Veja aqui o vídeo
Portugal tem acesso a uma enorme bazuca de dinheiro comunitário, como os outros países da União Europeia, que se chama Plano de Recuperação e Resiliência. São cerca de 14 mil milhões de euros de subvenções, isto é, não são empréstimos que têm de ser devolvidos, para três grandes áreas. A Resiliência, que inclui áreas como a saúde ou a educação, a Transição climática e a Transição digital
Ora, é muito dinheiro. E de que forma são atribuídos? Até agora, a utilização de fundos comunitários obedecia a processos de concurso, concorrencial, e a sua utilização fiscalizada pelo Tribunal de Contas. Só que há um novo regime legal de contratação pública que tem como objetivo aligeirar a execução destes fundos e que permite que muitos destes investimentos possam ser feitos sem o controlo do Tribunal de Contas…
Qual é a consequência deste novo regime? “A principal consequência da aplicação das medidas especiais de contratação pública é o alargamento da utilização de procedimentos não concorrenciais de ajuste direto e consulta prévia simplificados”, diz-nos o Tribunal de Contas.
Assim, o próximo Governo, o que sair das eleições de 30 de janeiro, pode recorrer mais vezes à atribuição de fundos sem mecanismos de concorrência e por ajuste direto
Quais são os riscos? Aumentam os riscos de corrupção e fraude. E não só. Também aumentam os riscos de favorecimento de potenciais beneficiários e ainda conflitos de interesse entre quem decide a atribuição de fundos e quem os recebe. Estes riscos apenas podem ser combatidos com um aumento da transparência.
O Governo em funções prometeu um portal da transparência com a informação sobre todos os projetos financiados pelo Plano de Resiliência e respetivos beneficiários. Até agora esse portal não existe.
O mínimo que se exige ao próximo Governo é que dê prioridade ao lançamento deste portal da transparência para um escrutínio permanente e alargado da utilização dos fundos comunitários.
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