Comissão Europeia pede que Pequim 2022 não seja usado para “propaganda política”
Estados Unidos e Reino Unido anunciaram um boicote diplomática aos Jogos Olimpicos Pequim 2022, seguidos por outros países. Bruxelas pede que o evento não seja usado como "propaganda política”.
A Comissão Europeia pediu esta quinta-feira que os Jogos Olímpicos de Pequim não sejam usados para “propaganda política”, numa referência à reunião entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, no dia de abertura.
“Os grandes eventos desportivos, tais como os Jogos Olímpicos, têm frequentemente uma audiência universal e podem ser instrumentais na difusão de valores positivos e na promoção da liberdade e dos direitos humanos a nível mundial. Estamos prontos a contribuir para isso, mas tais plataformas não devem ser utilizadas para propaganda política”, declarou a porta-voz da Comissão Europeia para os Negócios Estrangeiros e da Política de Segurança, Nabila Massrali.
Putin viajará para a China para concluir cerca de 15 acordos com o seu homólogo chinês e assistir à abertura dos 24º Jogos Olímpicos de Inverno, que terão início em Pequim na sexta-feira.
Falando na conferência de imprensa diária da instituição, em Bruxelas, Nabila Massrali foi questionada sobre o boicote diplomático que alguns países estão a levar a cabo devido ao historial de direitos humanos de Pequim, vincando que esta é uma decisão “da competência dos Estados-membros da UE”, com a Comissão Europeia a ter apenas um papel de “apoio”.
“Estamos empenhados em ajudar a promover e proteger a integridade do desporto e a reforçar o respeito universal pelos direitos humanos”, adiantou a responsável.
Os Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022 enfrentam, além da persistência da pandemia de covid-19, um boicote diplomático por parte dos Estados Unidos, Reino Unido e outros países ocidentais, que alegam o desrespeito pelos direitos humanos na China, nomeadamente da minoria uigure. Washington e outros países ocidentais têm também criticado o tratamento dos tibetanos e a repressão de liberdades em Hong Kong.
Portugal não terá representação política nas cerimónias de abertura e de encerramento dos Jogos, “por várias razões”, disse em 24 de janeiro o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
Estados Unidos e Reino Unido foram os mais proeminentes a anunciar um boicote diplomático, sem presença de qualquer representante nos Jogos, em particular nas cerimónias, excetuando a presença desportiva, e a estes seguiram-se muitos outros.
A China receberá a primeira competição de inverno, mas já os segundos Jogos no século XXI, depois de Pequim2008.
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