€STR é a sigla utilizada para designar a Euro Short-term Rate, a nova taxa de juro que irá substituir a Eonia como a taxa de juro de referência do mercado monetário do euro para o prazo de um dia (overnight).

Para já irá existir em paralelo com a Eonia, acabando por a substituir em definitivo no início de 2022.

A €STR servirá ainda de base para a determinação do valor da Eonia até que esta taxa seja descontinuada. Ao seu valor será acrescido um spread de 8,5 pontos percentuais.

A €STR surge no seguimento da entrada em vigor, em junho de 2016, de novos requisitos que têm de ser cumpridos no cálculo dos índices de referência do euro. Estes visam sobretudo garantir a respetiva transparência e fiabilidade, o que se tornou evidente após os escândalos de manipulação das taxas de juro, incluindo da Euribor.

Os novos requisitos vieram impor que as taxas de juro de referência sejam calculadas utilizando, sempre que possível, transações efetivas dos bancos, em vez de se basearem nas cotações indicativas das instituições.

O Banco Central Europeu decidiu assim desenvolver uma nova taxa de juro de referência, calculada de acordo com as novas exigências, nascendo daí a €STR.

A nova taxa será calculada com base nas transações individuais de obtenção de fundos superiores a um milhão de euros realizadas no mercado monetário no dia imediatamente anterior à sua publicação.

Desse “bolo” serão excluídas 25% das operações com valores mais altos e mais baixos. Na primeira publicação, que reflete as transações do dia anterior, a taxa foi fixada em -0,549%.

Ao Banco Central Europeu cabe não só a função de calcular essa taxa, como também de fazer a sua divulgação ao mercado. A divulgação será feita todos os dias a partir de 2 de outubro de 2019 às 7h00, hora de Lisboa.

Ao ser mais abrangente, esta taxa irá fornecer uma indicação mais fiável do custo dos empréstimos sem garantia na área do euro pelo prazo de um dia, conferindo uma maior proteção aos investidores e aos consumidores.

Mas em termos práticos não irá implicar qualquer mudança nos moldes atuais do funcionamento dos produtos que as famílias portuguesas contratam junto dos bancos, onde sobressai o crédito à habitação.