De certo já reparou em vários animais coloridos esculpidos com desperdícios espalhados por Lisboa. São da autoria de Bordalo II. Mas há um que escapa aos olhares mais curiosos.
Este verão o ECO vai guiá-lo por espaços culturais ou patrimoniais com interesse turístico, mas onde o público em geral não entra normalmente. Uma vez por semana, em julho e agosto, venha espreitar o interior de ministérios, empresas ou outras entidades fora dos roteiros turísticos. Veja a galeria de fotos e um breve guia do local na rubrica Aqui, turista não entra.
Nos últimos anos, Lisboa tornou-se numa verdadeira galeria de arte a céu aberto. Artistas como Vhils, AkaCorleone, Odeith, Mário Belém ou Bordalo II são reconhecidos “embaixadores” da arte urbana, movimento que aproveita a cidade enquanto veículo e objeto de expressão artística, seja através de pinturas em fachadas de edifícios e muros ou instalações que aproveitam a visibilidade do espaço público.
Bordalo II é um dos exemplos. É ele o autor de diversos animais esculpidos com materiais em fim de vida como restos de plásticos, pneus, pedaços de redes ou sucata automóvel. Esta espécie de “lixo” é recolhida pelo artista, sendo reaproveitada e integrada na execução das suas obras. Para Bordalo II, o uso destas “matérias-primas” tem uma mensagem associada: alertar para a produção e o consumo excessivo de todo o tipo de objetos que acaba por resultar em desperdício e consequente ameaça ao planeta e aos animais que retrata nas suas obras.
Existem diversas obras de Bordalo II espalhadas por Lisboa nas zonas de Belém, Santos, Marvila ou Parque das Nações, por exemplo, e todas elas no espaço público onde podem ser vistas por todos. Mas há uma que não está propriamente acessível aos olhos de qualquer um.
No auditório da Abreu Advogados, com capacidade para cerca de 100 pessoas, existe um painel com duas corujas. A obra foi construída em 2017 quando esta sociedade de advogados mudou de instalações para o novo edifício situado na zona ribeirinha entre Alfama e Santa Apolónia.
E porquê as corujas? Porque estes animais, de acordo com a mitologia grega, são um símbolo de sabedoria, paciência e clarividência. A coruja é também o símbolo de Atena, deusa da Justiça, logo o paralelismo do seu simbolismo no propósito e na atitude da Abreu Advogados que olha para a cultura como um elemento fundamental no progresso de qualquer sociedade. Segundo a Abreu, esta obra de Bordalo II, concretiza essa visão e o propósito de promoção da cultura e dos artistas nacionais.
Caso não tenha oportunidade de participar num dos vários eventos promovidos pela Abreu Advogados no seu auditório, pode espreitar na fotogaleria abaixo esta obra exclusiva de Bordalo II.
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Aqui, turista não entra. Um auditório com vista para a arte urbana de Bordalo II
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