Bem-estar psicológico no trabalho: um pilar do sucesso

O bem-estar mental tem ganho cada vez mais destaque como um fator crítico na vida das pessoas e das empresas, com impacto a nível da produtividade e retenção de talentos, e sobretudo na satisfação dos trabalhadores.

Apesar de uma tendência de melhoria do bem-estar psicológicos dos portugueses nos últimos anos, em particular quando comparado com o período da pandemia, o nível de atenção e prioridade que deve ser dado a este assunto deve permanecer elevado, em particular no âmbito laboral.

De acordo com o estudo “Consumer Sentiment Survey 2024”, realizado pela Boston Consulting Group (BCG), que avaliou os hábitos e perceções dos portugueses no ano passado, cerca de um quarto dos portugueses seleciona o trabalho como um dos três principais fatores com impacto no seu bem-estar, à frente de categorias como aprendizagem, entretenimento ou contribuição para a sociedade.

Apesar da influência direta do trabalho no bem-estar mental, o mesmo estudo revelou que um em cada quatro portugueses sente que o ambiente do seu trabalho não proporciona condições para se sentirem bem mentalmente. A preocupação é ainda maior entre mulheres, com 27% a afirmar que o ambiente laboral não promove o seu bem-estar psicológico (face a 19% dos homens), realidade que exige uma reflexão profunda e ações concretas por parte das lideranças empresariais.

Quando olhamos para os fatores que mais impactam o bem-estar no trabalho, as relações interpessoais (especialmente entre colegas, mas também com a chefia), as condições físicas do local de trabalho e a flexibilidade de horários emergem como determinantes para o bem-estar profissional. Estes elementos não só influenciam a experiência diária dos colaboradores, com um impacto direto na satisfação no contexto profissional, mas também impactam a sua saúde mental e, consequentemente, o seu desempenho profissional.

Embora os portugueses adotem estratégias individuais para preservar o seu bem-estar, tentando estabelecer hábitos saudáveis de alimentação e sono, interação social e prática de atividades de lazer, estes fatores isolados não são suficientes quando o ambiente profissional não proporciona as condições necessárias para um equilíbrio saudável.

Esta ideia reforça a importância de as organizações adotarem uma abordagem proativa para equilibrar objetivos empresariais com as necessidades individuais dos colaboradores.

Hoje em dia, para além de um diferencial competitivo, priorizar o bem-estar mental é um compromisso essencial para o futuro das empresas e da sociedade. As empresas que liderarem este movimento e investirem em iniciativas de apoio adaptadas aos seus colaboradores estarão mais bem posicionadas para atrair e reter talentos, aumentar a produtividade e promover um ambiente de trabalho saudável e inclusivo.