Cem anos de demagogia governativa de esquerda

Os dados do FMI demonstram que os anos de demagogia política governativa de esquerda foram os que colocaram em causa o desenvolvimento de Portugal.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou recentemente séries longas de algumas variáveis de finanças do Estado geridos pelos governos. Os dados abrangem a maioria dos países do Mundo e, quando disponíveis, têm início em 1800 (ver dados aqui).

Para Portugal, o FMI publicou dados da dívida contraída pelos governos em % do PIB desde 1851 e informação sobre a receita e despesa anual dos governos e sobre o saldo primário orçamental (saldo global orçamental sem incluir o pagamento de juros sobre a dívida contraída pelos governos) desde 1880.

Os três gráficos mostram o que foi a evolução das finanças dos governos portugueses ao longo dos últimos 100 anos até à actualidade. E são claros no que demonstram: os anos de demagogia política governativa de esquerda foram os que colocaram em causa o desenvolvimento de Portugal.

 

 

Há três períodos e que o efeito da demagogia governativa é muito evidente: a primeira república anti-democrática, em que o governo de esquerda manipulou e falseou eleições, encerrou jornais, armou milícias urbanas e bandos de civis, e instalou o caos no país; o período pós-25 de Abril, em que os excessos revolucionários levaram a aumentos salariais disparatados, destruição do tecido produtivo com a ocupação de empresas e de propriedades, e uma descolonização ideológica que lançou os antigos territórios ultramarinos ao estado de degradação em que se encontram hoje; e o populismo oportunista da troika socialista Guterres-Sócrates-Costa (ainda a decorrer) ou, dito de outra forma, da troika demagógica pântano-corrupção-incompetência.

Estes foram os períodos em que mais imperou a demagogia governativa e foram os períodos em que os governos mais delapidaram o rendimento dos portugueses. Não é uma coincidência serem todos de esquerda.

Foi a demagogia governativa desses períodos que nos levou por quatro vezes à bancarrota. Portugal entrou em bancarrota nos anos 1920, quando Salazar negociou empréstimos externos e se afirmou como Ministro das Finanças (e depois usou essa condição para governar durante 36 anos), em 1977 e 1983, que foram agravadas pela subida do preço da energia, e em 2011, com a divida crescente “escondida” em empresas e outros organismos do Estado, e em informações falsas transmitidas a Bruxelas.

Estes três períodos apresentam as mesmas características e foram governados pela esquerda: crescimento rápido da divida contraída pelos governos e dos impostos cobrados para fazer crescer a receita e tentar pagá-la; despesa impulsionada pela demagogia governativa para comprar votos e que ultrapassou claramente a receita; e saldos primários que se destacam pelos valores mais negativos ao longo de todo o último século.

Os três gráficos contam a história do atraso de Portugal e como ele se está a agravar actualmente, e não deixam dúvidas sobre quem é a responsabilidade. Apesar disso, os portugueses continuam a subsistir no erro de colocar a esquerda demagógica no poder.

A principal razão, como Vítor Bento escreveu aqui, é que o grupo que depende do Estado para o seu rendimento é cada vez mais maioritário na sociedade portuguesa. Ou seja, a esquerda demagógica quanto está no governo manipula o Estado para alcançar vitórias eleitorais, distorcendo a função de serviço público da administração para poder beneficiar a sua base eleitoral.

Os três períodos caracterizam-se por um círculo vicioso, em que o contínuo crescimento da despesa, dos impostos e da dívida serve para financiar aquela distorção, fazendo com que sejam os que não dependem do Estado a pagar os benefícios do poder político que controla a máquina administrativa e, por esta via, a aumentar a o número de dependentes que irão continuar a reforçar a base eleitoral desse mesmo poder político.

Só a quebra deste círculo vicioso permitirá o desenvolvimento mais rápido de Portugal. Esta é a alternativa de governação que o actual Presidente da República procura, mas que não tem coragem de exigir.

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