“Consumer intimacy”. Porque vender só coisas é tão 1990.

Cruzei-me com a expressão esta semana, numa revista. Na capa lê-se To Think – How do we think forever in a world running out of time? Compra imediata. Não vá ficar sem tempo!

Cruzei-me com a expressão esta semana, numa revista que nos leva a refletir sobre os mais diversos temas que se cruzam com a sustentabilidade. Na capa lê-se: To Think – How do we think forever in a world running out of time? Compra imediata. Não vá ficar sem tempo!

“Consumer intimacy” – Foi o título, já lá para meio da revista, que me fez parar. Numa altura em que muito se questionam os modelos de consumo e a economia circular ganha espaço, e já se vão vendo exemplos, até de grandes marcas como a Ikea e a H&M a “emprestar” produtos em alternativa à venda. A compra torna-se, se quisermos, um serviço. Aluga-se.

Já não estamos a falar de reciclagem. De novos materiais. Mas sim a repensar a forma como se produz…E ao repensar e com toda esta nova perspetiva futura da economia, vem a ideia de não se vender por vender, até porque selling stuff is just so 1990…

Mas onde entra a intimidade, palavra forte quando se fala de consumidores? Precisamente no facto de tornar disponível, fornecer toda a informação e vender a “utility”. Dizem, ser a melhor forma de se ficar mais íntimo do consumidor e de manter com ele uma relação de maior qualidade. E até de confiança.

Na China, por exemplo, a empresa automóvel NEO, fabricante de carros elétricos, não usa a figura dos tradicionais concessionários entre si e os consumidores. A venda é feita diretamente aos clientes e através de uma app. E é precisamente através dessa aplicação que nos informam se algo não está a funcionar bem com o automóvel ainda antes de nos apercebermos. E até podemos trocar se não estivermos satisfeitos com o carro que escolhemos. Há maior intimidade entre marca e consumidor?

Mas entre tanta intimidade é bom ter em conta que Things that break, also break the relationships leia-se entre marcas e consumidores. E voltamos ao princípio. Ao serviço. A uma revolução na qualidade. Como alternativa e um princípio para a intimidade…

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