
O ‘employer branding’ no turismo
Afinal, cada geração sempre teve as suas idiossincrasias. Cabe as organizações compreendê-las e aproveitar o seu melhor para serem também melhores.
Quem trabalha em toda a envolvente do turismo encontra-se, atualmente, na linha da frente de uma das atividades (se não mesmo “a atividade”) que melhor potencia e divulga a marca Portugal. Poucas vezes ao longo da história um só setor representou cerca de 14% do PIB do país, mais de um milhão de empregos, entre diretos e indiretos, com um impacto nas exportações nacionais – neste último caso, só em janeiro deste ano aumentaram cerca de 8,8%, face a igual período do ano transato.
Mas, embora nesta perspetiva macro estejamos a atravessar um período áureo, é fundamental que, no contacto com profissionais ou candidatos a empregos, as empresas saibam como se posicionar. Por outras palavras, como vender o seu conceito e cultura e responder ao que é procurado. Na verdade, é esta simbiose que, se bem conjugada, transmite a imagem de sucesso de Portugal que tem sido alavancada internacionalmente. Mas, exige-se muito mais do que esforço ou aproveitamento das qualidades endógenas do país. Implica saber gerir a imagem.
Perante isto, é fundamental que todos, sem exceção, definam aquele que deve ser o seu employer branding, ou seja, a gestão de marca da entidade empregadora. Por outras palavras, a visão que os profissionais atuais e futuros têm da entidade patronal.
Eventos de emprego para o setor do Turismo. A imagem na linha da frente
Acompanhar eventos que conjugam a oferta de emprego com o bulício e o entusiasmo criativo e inovador que caracterizam o turismo é acompanhar na primeira pessoa a criação de um ponto de encontro eficaz entre o talento e as necessidades do setor, através da oferta de soluções com as quais as empresas, para além do recrutar, saibam promover as suas marcas e reforçar a atratividade do turismo como setor de carreira.
Para o fazer, procuram destacar-se através da oferta dos seus próprios serviços, na expetativa de proporcionar experiências diretas aos candidatos, que podem ir, desde estadias com desconto em unidades hoteleiras parceiras ou associadas, a vales de restauração e outros benefícios exclusivos que visam criar uma maior envolvência do colaborador com a empresa.
Além disso, têm nestes momentos uma preocupação muito visual, com a aposta em stands mais dinâmicos e apelativos, desde logo, para atrair um público mais jovem. Muitas marcas procuram, inclusivamente, apresentar ativações interativas, que vão de simples carrinhos de pipocas, até aos mais inovadores e digitais photobooths e jogos interativos. Isto, sempre com o objetivo de criar um ambiente mais envolvente e memorável para os visitantes.
Tendências para 2025
Estas atividades procuram ir ao encontro de uma pergunta simples, mas crucial: Quem procura mais empregos no setor do Turismo?
Maioritariamente, são jovens, com menos de 30 anos, uma perceção mais Hi Tec de todos os processos laborais e maior cuidado e atenção ao seu bem-estar pessoal e mental. Tal reflete-se na forma as marcas comunicam e pretendem causar impacto junto destes públicos.
Assim, verifica-se uma grande associação entre a digitalização e retenção de talento. Ou seja, as empresas estão a integrar processos de recrutamento digital para otimizar o contacto com candidatos, antes, durante e após os eventos.
Para além disso, nas suas estratégias de retenção de talento apostam numa formação contínua, com planos de progressão e benefícios diferenciadores. Da mesma forma, há um grande cuidado na forma como as entidades trabalham o seu employer branding na ótica da sustentabilidade. Verifica-se que as marcas estão mais atentas à necessidade de transmitir valores alinhados com as preocupações ambientais e sociais, tornando-se mais apelativas para as novas gerações. Mas, também, grande atenção a aspetos centrados na flexibilidade e bem-estar. Seja por via de uma crescente valorização de modelos de trabalho flexíveis ou de benefícios ligados à qualidade de vida dos colaboradores, estes aspetos estão a tornar-se decisivos na escolha de empregadores.
Perante isto, que todos os atores que integram este vasto setor saibam trabalhar a sua imagem, através de uma uma cultura moderna, que responda aos anseios e desafios que se colocam diariamente, capazes de motivar e reter os seus talentos – jovens, com uma educação diferenciada, uma sensibilidade específica. Afinal, cada geração sempre teve as suas idiossincrasias. Cabe as organizações compreendê-las e aproveitar o seu melhor para serem também melhores.
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