Portugal: A oportunidade de um novo ciclo

O recente ciclo eleitoral em Portugal, embora com um resultado que em tudo parece indicar que a ponderação e o diálogo serão as pedras de toque deste futuro próximo, não pode desviar o foco do que é essencial: a aposta no empreendedorismo, na inovação e na atração de investimento. Num mundo em constante mudança, e especialmente à luz das dinâmicas geopolíticas europeias e internacionais, Portugal tem a oportunidade de se destacar como um polo dinâmico e atrativo para quem procura um ambiente propício ao desenvolvimento de novas ideias e novos negócios.

Portugal encontra-se numa encruzilhada que é em tudo promissora. Num contexto global de incerteza, com políticas de imigração restritivas em tantos países e uma crescente procura por ambientes seguros e que garantam uma previsibilidade suficiente para fazer florescer novas ideias, o país tem a oportunidade de se afirmar como um destino de eleição para talentos e investimentos. A reputação que Portugal já carrega no mundo do empreendedorismo é bastante auspiciosa. Isto, combinado com a ligação cada vez mais estreita, ainda que perfectível, entre universidades, politécnicos e indústria, são trunfos que atribuem a Portugal um enorme potencial de diferenciação e dos quais o País não pode abdicar.

O novo ciclo político deve ser aproveitado para promover o desenvolvimento de ecossistemas empreendedores em regiões do interior do país. O objetivo, em última análise, é criar oportunidades de emprego de qualidade em todo o território, garantindo que o crescimento económico beneficia todas as regiões, contribui para a coesão territorial e social, e alavanca o desenvolvimento sustentado do país.

Veja-se, por exemplo, que a investigação e inovação que emana do mundo universitário português tem vindo a ver um desenvolvimento ímpar e é hoje de nível elevadíssimo. E não falo apenas das universidades nos grandes centros urbanos. Não! Falo mesmo, e tendo como referência a experiência que temos adquirido em Portugal, nas universidades e politécnicos do interior do país, onde ainda faz mais sentido apostar em estratégias de atração de pessoas, talento e negócios.

A descentralização da inovação é, aliás, um desafio crucial. O novo ciclo político deve ser aproveitado para promover o desenvolvimento de ecossistemas empreendedores em regiões do interior do país. O objetivo, em última análise, é criar oportunidades de emprego de qualidade em todo o território, garantindo que o crescimento económico beneficia todas as regiões, contribui para a coesão territorial e social, e alavanca o desenvolvimento sustentado do país.

E Portugal tem todas as condições para o fazer. A combinação de talento, estabilidade e um ambiente de negócios favorável cria um terreno fértil para o desenvolvimento de novas ideias e empresas. É fundamental que todos os atores da sociedade — governo, empresas, universidades e sociedade civil — trabalhem em conjunto para aproveitar este potencial e construir um futuro mais próspero e inovador.

É, portanto, momento para consolidar e expandir estas vantagens para tornar Portugal num local ainda mais apelativo para lançar novos negócios. Isto será bom para a economia portuguesa e será bom para os portugueses. E, claro, para todos os empreendedores que tenham a oportunidade de tirar proveito das oportunidades.

Chris Lennon

Presidente da Empowered Startups