Sonhos de uns, fracassos de outros

  • Inês Teixeira-Botelho
  • 17 Março 2017

Fui pela primeira vez àquela que dizem que ser a conferência nacional mais importante de empreendedorismo e inovação, Caixa Empreender Award.

Estávamos em 1963 quando se ouviu pela primeira vez I have a dream e, desde aí, como refere o nosso Gedeão, o sonho passou de facto a comandar a vida – não que antes não comandasse mas agora todos passámos a estar conscientes disso.

Têm sido esses sonhos de uns e os fracassos de outros – tão ou mais importantes para nos reposicionar – que contam a história da nossa evolução enquanto sociedade, pessoas, artefactos e tecnologia utilizada e, sobretudo, – quero acreditar – mindset.

As histórias por trás desses sonhos têm-nos ajudado a ser melhores. Por um lado, inspiram-nos; por outro, impelem-nos a agir. Sonhar é uma condição sine qua non para sermos pessoas. Quer queiramos, quer não, todos nós vamos tendo, ao longo da vida, sonhos. Mas poucos experimentamos a jornada do herói para os concretizar. E essa jornada é imprescindível porque o sonho é apenas o boost para a concretização.

Eu tenho um sonho que estou a construir. Iniciei a minha própria jornada há alguns meses quando descobri aquela pain de que os livros falam. Encontrei a solução, testei-a junto de uma amostra muito representativa do meu público-alvo e estou a evangelizar pessoas com esta minha visão para transformar o mundo tal como o vejo.

Ontem fui aprender o que os livros não nos contam. Fui pela primeira vez aquela que dizem que ser a conferência nacional mais importante de empreendedorismo e inovação, Caixa Empreender Award. Embora fosse para aprender, achei importante antecipar alguns cenários e, por isso, levava cartões, algumas imagens no meu telemóvel, os meus números e toda a minha história. Ia para fazer networking, ouvir best practices, conselhos e identificar players importantes deste ecossistema.

Entrei na Culturgest com o bilhete eletrónico na Wallet mas foi a dizer o nome que o meu registo foi feito em papel. Subi as escadas e não pude deixar de ficar impressionada pela quantidade de pessoas de um lado para o outro de todas as idades, mais homens que mulheres. Durante a manhã, o meu plano era ouvir o máximo de apresentações de startups. Tinha como objetivo perceber na audiência e, em específico, nos investidores, que elementos, tipo de performance e estrutura narrativa de pitch eram mais determinantes. Vi muita coisa diferente e isso foi bastante enriquecedor.

Durante o almoço, comecei a conhecer as primeiras pessoas mas estavam todas mais ou menos no mesmo estádio que eu. Apercebi-me que as acreditações tinham cores diferentes e, ao longo do evento, fui tirando as minhas próprias conclusões sobre o seu real significado sem, no entanto, saber se estavam certas. Ouvi muitas ideias, respondi a muitas perguntas e aproveitei para dar uso aos meus wireframes no telemóvel. Percebi que foi uma boa aposta trazê-los.

Inesperadamente, encontrei um dos meus mentores de vida, o António Brandão de Vasconcelos, chairman da everis. Foi com ele que ouvi as conferências da tarde para aprender mais sobre a experiência daqueles empreendedores que já estão mais lá à frente na história. Nos momentos de pausa fui apresentada a algumas pessoas que acredito que serão importantes contactos num futuro próximo. Assisti também às apresentações de grandes empresas, de onde destaco a Microsoft, representada pela Paula Panarra, e uma conversa muito interessante entre Carlos Moedas e Stephan Morais, que me fez repensar a importância do papel da Comissão Europeia e da Europa nestas áreas.

O rescaldo é positivo e foi certamente o primeiro momento de imersão neste ecossistema, depois de ter largado asas de um programa de aceleração na Startup Sintra. Encontrei pessoas que só sonham mudar o mundo e encontrei pessoas que estão de facto a muda-lo. Não tive oportunidade de, como nas histórias que nos contam, fazer pitch eloquentes de três minutos mas esse também não era o meu objetivo. Fui para aprender sobretudo e fazer networking.

Para o ano, sonho ir com objetivos bem mais mensuráveis. Dito isto, tenho cerca de 12 meses para concretizar. Vou pôr mãos à obra. Até já.

  • Inês Teixeira-Botelho

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