Empresas portuguesas “embalam” inovações para a indústria

Maior feira do setor da logística e da embalagem voltou à Exponor com mais de 70 empresas. Conheça algumas das novidades mostradas neste evento e que prometem "revolucionar" a indústria.

Um elevador vertical que move 2.000 produtos por hora. Um braço robótico que consegue movimentar 13 caixas por minuto. Um robô com capacidade de mover paletes até 1.350 quilos. Uma máquina que corta dez mil peças de cartão ou pele em oito horas. Uma máquina que embala paletes em cartão a cada dois minutos. Estes são alguns dos produtos e sistemas inovadores que prometem “revolucionar” os setores da embalagem, armazenagem, manutenção, logística e transporte. Foram apresentados na 8ª edição da Empack and Logistics & Automation, a maior feira do setor em Portugal.

O evento voltou a juntar durante esta semana no recinto da Exponor, em Matosinhos, mais de 70 empresas que apresentaram cerca de 300 novos produtos. Um dos stands com maior afluência foi o da portuguesa Mind, que aproveitou a feira para mostrar a mais recente inovação: uma máquina de corte fabricada na Suíça, que pode ser usada em indústrias como o têxtil, calçado ou papel. A máquina consegue cortar dez mil peças de cartão ou pele em oito horas, podendo custar entre 100 a 400 mil euros.

“A máquina pode cortar cartão, madeira, materiais compósitos e matérias flexíveis, como a pele e o tecido”, explica ao ECO Fernando Vasconcelos, diretor de marketing da Mind. Entre as utilizadoras desta marca de corte estão a empresa de calçado Rodiro ou a Carbon Team, produtora de quadros em carbono para bicicletas. Nos EUA tem clientes como a Nike (para o corte de amostras); a Bentley é o mais conhecido no Reino Unido.

Fundada há 27 anos, a portuguesa Mind desenvolve soluções de software e de sistemas de corte criados com o objetivo de acelerar e otimizar os processos de desenvolvimento do produto. Tem escritórios em Santa Maria da Feira e Lisboa e exporta cerca de 50% das soluções, essencialmente para o mercado americano e europeu. Emprega 80 pessoas e fatura sete milhões de euros.

Do braço robótico ao robô móvel

Presença assídua na Empack and Logistics & Automation, a EPL apresentou dois produtos “inovadores”, ambos de origem dinamarquesa e que podem custar 150 mil euros. O braço robótico colaborativo consegue movimentar 13 caixas por minuto entre pegar e largar na palete; enquanto o robô móvel consegue transportar paletes até 600 quilos. No entanto, sublinha que há outros modelos que têm capacidade para mover paletes até 1.350 quilos.

“É tecnologia colaborativa. São equipamentos que conseguem trabalhar ao lado das pessoas e têm um impacto positivo, tendo em conta que não é necessário fazer grandes alterações ao espaço que o cliente já tem”, resume Filipe Carrondo, CEO da EPL. A indústria automóvel (Forvia e Visteon) está entre as principais clientes desta empresa de soluções de robótica, que tem quase duas décadas de existência. Com escritórios em Lisboa e São João da Madeira, emprega 11 pessoas e fatura quatro milhões de euros.

Embalar paletes em cartão a cada dois minutos

Com 38 anos no mercado, a Fitembal, que atua no setor de embalagem industrial, marca presença nesta feira desde a primeira edição. Uma das inovações apresentada na maior feira de embalagem, logística e transporte em Portugal foi uma máquina envolvedora de paletes com papel, em vez da tradicional de filme estirável. “É uma novidade no mercado mundial. Representamos uma empresa que é líder mundial no final da linha de embalagem. Somos o primeiro distribuidor a ter esta máquina”, conta ao ECO Augusto Sousa Rosa, sócio gerente da Fitembal. A máquina custa 25 mil euros e tem a capacidade de embalar uma palete de metro e meio a cada dois minutos.

A máquina que embala as paletes com cartão tem um consumo de mais 70% em relação ao plástico, o filme estirável. “Consigo aplicar muito pouco plástico para ter uma palete devidamente segura, enquanto no papel temos que aplicar mais quantidade. É um equipamento para um nicho de mercado, ou seja, para quem tem produtos ligados à sustentabilidade, como o setor da cortiça, madeira ou papel”, explica o gestor.

Localizada em Santa Maria de Avioso (Maia), a Fitembal emprega 38 pessoas, fatura 5,5 milhões de euros e exporta uma pequena parte da produção para a Europa, Argélia e Marrocos. Entre os clientes estão o Super Bock Group (antiga Unicer) a Refrige – Sociedade Industrial de Refrigerantes, a Água do Luso ou a Água de Penacova.

Oscar Barranco, diretor da Empack and Logistics & Automation

O espanhol Oscar Barranco, diretor da Empack and Logistics & Automation, explica ao ECO que esta feira “sempre foi realizada na região do Porto, justifica, porque “é onde está concentrada a indústria”. Paralelamente, esta iniciativa também acontece em Madrid e em Bilbau (Espanha).

Elevador vertical da Holanda

Foi a primeira vez do fabricante holandês Quimorox numa feira em Portugal. No portefólio disponibiliza soluções como paletizadores, elevadores de produtos e paletes, máquinas de embalamento, entre outros. A solução que exibiram no certame realizado na Exponor foi um elevador vertical em contínuo para caixas, com design patenteado. Uma solução que, alega, consegue mover 2 mil produtos por hora.

Marc Boix, key accountant da Quimorox detalha que o “elevador modular tem a capacidade de mover caixas de um nível para o outro de uma forma rápida e sem esforço”. Fundada em 1995 por Pieter Hannessen, a Quimorax exporta mais de 60% dos equipamentos, emprega 130 pessoas e fatura 23 milhões no ano passado.

Fundado em 1991, o grupo vimaranense Pinto Brasil começou por dedicar-se à indústria de cablagens automóveis, mas disponibiliza agora soluções na área intralogística, ou seja, tudo o que é necessário para a movimentação interna do material, seja para um armazém de e-commerce ou para a indústria. Na feira, a empresa apresentou um pequeno demonstrador para cablagens de 24 volts e um equipamento intralogístico de transporte de materiais e apoio à produção.

Reportagem na Empack e Logistics & Automation - 18ABR24
Cristina Costa, responsável de marketing e comunicação da Pinto BrasilFátima Castro/ECO

“Os nossos projetos não são pequenos, tendo em conta que construímos armazéns automáticos e linhas de montagem com alguma envergadura”, diz Cristina Costa, responsável de marketing e comunicação da Pinto Brasil, que exporta 90% da produção, essencialmente para a Alemanha, e que emprega mais de 260 pessoas.

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