O que mudou no Dow entre os 10 e os 20 mil pontos?

  • Rita Atalaia
  • 25 Janeiro 2017

O Dow de hoje não é o mesmo Dow de há sete anos. Se antes as tecnológicas dominavam o índice, agora é a banca que "manda". E as petrolíferas quase desapareceram do top.

O Dow Jones de hoje não é o mesmo de há quase uma década. As empresas que mais pesavam no índice industrial quando este ultrapassou a barreira psicológica dos 10 mil pontos são algo diferentes das de hoje. É que se antes a banca era totalmente ultrapassada pelas tecnológicas, o Goldman Sachs é agora a cotada que mais importância tem neste índice com mais de 120 anos de história.

Foi em 2009 que o Dow Jones começou a recuperar da grave crise que se viveu nos EUA, abandonando um mínimo de 12 anos. Desde então, o índice industrial não parou de bater recordes até chegar, agora, à fasquia dos 20 mil pontos. Mas as 30 empresas negociadas neste índice nem sempre foram as mesmas. Se antes as tecnológicas e as petrolíferas dominavam, agora quem brilha é a banca.

As cotadas que mais pesam (pesavam) no Dow Jones

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Quando, em 2010, o índice industrial superou a resistência dos 10 mil pontos pela primeira vez, a estrela era uma tecnológica. A IBM era a empresa que mais peso tinha no índice industrial. Uma representatividade explicada pelas perspetivas positivas do mercado para com os resultados da empresa que acabaram por se confirmar: nesse ano, a IBM gerou um lucro líquido perto dos 15 mil milhões de dólares.

A IBM manteve-se, nesta década, como uma das empresas com maior destaque no Dow Jones, assim como a 3M — passou do segundo para o terceiro entre 2010 e 2017 — mas ganhou peso no Dow. Se há sete anos pesava 5,9%, hoje este peso é de 6,1%. Continuam as duas em destaque, mas o lugar cimeiro do pódio é agora ocupado pelo Goldman Sachs.

O banco “manda” no Dow. No dia em que o índice bateu mais um recorde: superou a barreira dos 20 mil pontos, o Goldman Sachs tem um peso de 8% no índice industrial norte-americano, peso esse que deverá continuar a aumentar. Os títulos das instituições financeiras têm subido desde que Donald Trump assumiu a presidência dos EUA com as promessas de alívio da regulação. Analistas consultados pela Bloomberg dizem que o aumento dos spreads das taxas de juro entre empréstimos e depósitos vai impulsionar os resultados que os bancos obtêm a partir das suas atividades estratégicas.

Há mais vida para além da banca

As financeiras e as tecnológicas não são os únicos setores em destaque no índice industrial. Em 2010, as petrolíferas e as construtoras brilhavam nos primeiros dez lugares, com pesos que variavam entre os 4% e os 5%. Estes setores continuam a dominar, mas contam hoje também com as seguradoras. A United Health, a Travelers e a Home Depot ocupam os lugares deixados livres pela United Tech, Exxon Mobil, Johnson & Johnson e pela Caterpillar.

Enquanto a Exxon desapareceu do top, a Chevron perdeu dimensão. Já a Mcdonald’s defende a sua posição — que é praticamente a mesma há sete anos, a rondar os 4% –, sendo que a Apple conquistou um lugar este ano. E isto foi apenas possível com o crescimento que a empresa tem registado nos últimos anos e que se reflete hoje na capitalização de mercado na ordem dos 638 mil milhões de dólares – é a empresa mais valiosa do mundo.

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