Inflação em Portugal regista forte abrandamento em outubro para 2,1%, explicado sobretudo pelo efeito de base

Recuo deve-se em parte à comparação com o mês de outubro de 2022, em que houve subidas nos preços dos alimentos e energia. Portagens nas autoestradas devem subir mais de 2% a partir de 1 de janeiro.

A inflação em Portugal recuou para 2,1% em outubro, um valor que fica já próximo da meta do Banco Central Europeu, de acordo com a estimativa rápida divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta terça-feira.

No entanto, é de salientar que este forte abrandamento se deve em parte ao efeito de base devido ao facto de se estar a comparar com o mês de outubro de 2022, quando se registaram aumentos nos preços dos produtos alimentares e energéticos.

Como nota o INE, o “principal contributo para esta desaceleração” está então associado aos “aumentos mensais de preços registados em outubro de 2022 nos produtos alimentares (2,1%) e nos produtos energéticos (6,7%), com destaque para o gás natural (77,4%)”.

Este ano, os preços da energia já estão a recuar, enquanto a subida dos preços alimentares tem também vindo a abrandar. Recorde-se, ainda assim, que a medida do IVA Zero, que isenta de imposto um cabaz de mais de 40 bens essenciais, vai chegar ao fim no próximo ano, de acordo com a proposta de Orçamento do Estado para 2024.

Apesar destes efeitos de base, se a comparação for feita com o mês anterior, “a variação do IPC terá sido -0,2% (1,1% em setembro e 1,2% em outubro de 2022)”, pelo que continuou a registar-se uma redução mensal.

Já no que diz respeito à inflação subjacente, um indicador que exclui os produtos alimentares não transformados e energéticos — por terem preços mais voláteis –, terá abrandado para 3,5% (4,1% no mês precedente).

O INE revela ainda o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português, que é um indicador utilizado para as comparações europeias e que inclui também as despesas dos turistas: terá “registado uma variação homóloga de 3,3% (4,8% no mês precedente)”.

Estes dados são ainda uma estimativa rápida do gabinete de estatísticas nacional, sendo que os dados definitivos vão ser publicados a 13 de novembro.

Portagens devem subir mais de 2% em 2024

Tendo em conta a estimativa rápida divulgada esta manhã pelo INE, as taxas de portagem nas autoestradas portuguesas podem ter uma atualização acima dos 2% no próximo ano. É que a inflação de outubro serve de referência para a generalidade das concessões, incluindo as da Brisa. Por outro lado, as portagens das pontes sobre o rio Tejo são atualizadas pela inflação de setembro, que foi mais elevada.

Segundo a legislação em vigor, as concessionárias de autoestradas terão um prazo até 15 de novembro para entregar ao Executivo as propostas para a revisão dos preços das portagens, para entrar em vigor a 1 de janeiro do ano seguinte. A mesma lei dá 30 dias ao Estado para se pronunciar.

(Notícia atualizada às 9h55)

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