Há um player Nowo no negócio das telecom

É a nova marca que vem substituir a Cabovisão. Chama-se Nowo (lê-se 'novo') e quer ser "provocadora e atrevida". O objetivo? Ter 10% de quota de mercado nos próximos dois anos.

A Cabovisão renasceu, e de cara lavada. A operadora de cabo regional, liderada por Miguel Veiga Martins desde abril deste ano, chama-se agora Nowo e tanto quer ser “provocadora e atrevida” como “próxima e educada”. Num evento de apresentação, que decorreu esta terça-feira em Lisboa, o presidente executivo justificou a mudança de posicionamento com a necessidade de “reinventar” o setor das telecomunicações, um negócio que assumiu ser, muitas vezes, pouco justo e transparente.

Aliás, “é justo” foi precisamente o slogan escolhido para esta nova marca, assente numa “estratégia disruptiva” inspirada nas que foram seguidas por algumas low cost no setor da aviação. Tudo para “dar mais justiça e liberdade de escolha” ao mercado, garantiu o responsável. Como? Por exemplo, eliminando por completo os contratos de fidelização de 24 meses. Na Nowo, os pacotes de serviços têm uma fidelização máxima de 12 meses e, neste caso, a instalação dos equipamentos é gratuita. Em contrapartida, se o cliente optar por uma fidelização de seis meses, ou preferir não ficar fidelizado de todo, os preços cobrados podem variar entre os 30 e os 150 euros.

O que é a Nowo? A explicação de José Henriques, administrador de marketing da operadora


Também há mudanças na oferta. Os pacotes predefinidos deixam de existir e é o próprio cliente que escolhe os serviços que quer subscrever. O ponto de partida é a internet fixa, com 100 Mbps de download e 10 Mbps de upload, por 19,99 euros/mês. Este valor inclui a oferta de 33 canais analógicos de televisão “sem custos adicionais”, que já se encontram na rede da Nowo e que, por isso, “são disponibilizados gratuitamente”, explica a empresa. Para utilizadores mais exigentes, a operadora permite duplicar a velocidade de download para 200 Mbps (15 Mbps de upload) por mais oito euros mensais.

Quanto ao serviço móvel, o cliente pode escolher 2 ou 4 GB de internet, com 2000 ou 4000 minutos de chamadas para todas as redes e SMS, por sete ou nove euros a mais (preço por cada cartão). Se preferir não fazer portabilidade do número antigo, acrescem ainda mais quatro euros por cada número novo. Mas nada disto é obrigatório. Nem mesmo o telefone fixo, serviço que Miguel Veiga Martins garantiu não ser usado por 80% dos subscritores de pacotes de serviços que o têm incluído. Para quem o usa, os preços adicionais variam entre dois e três euros, consoante o tipo de serviço que o cliente preferir.

Por fim, se os 33 canais oferecidos com a internet fixa não são suficientes, ou se o cliente quiser funcionalidades como gravação, pausa TV e guia de programação, existem dois pacotes digitais de televisão com 90 e 140 canais, cuja mensalidade é de cinco e oito euros mensais. Os canais premium são, obviamente, pagos à parte.

Os contratos dos atuais clientes da Cabovisão não vão sofrer quaisquer alterações, mas, se algum cliente demonstrar interesse em subscrever uma das novas modalidades, o presidente executivo da Nowo mostrou-se disponível para renegociar.

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Uma aposta no digital

É do entendimento da Nowo que “o futuro está no digital”. Por isso, o principal meio de captação de novos clientes será a internet: a empresa tem um novo site e criou um simulador para que potenciais clientes possam criar o próprio pacote de serviços e calcular o custo final, “sem asteriscos”, dentro dos moldes explicados acima. “Vamos focar-nos nos meios digitais. É difícil enganar uma pessoa no mundo digital”, defendeu Miguel Veiga Martins na apresentação.

Para já, o objetivo está definido: “Queremos conquistar os 10% [de quota de mercado] que a Cabovisão outrora tinha”, avançou o presidente executivo. Atualmente, a empresa conta com um legado de aproximadamente 200 mil clientes (cerca de 5% do mercado) valor que espera então duplicar no prazo de dois anos. O foco são as regiões onde a Nowo (ex-Cabovisão) já opera, mas a empresa está preparada para investir na expansão da rede a interessados que se localizem nas periferias.

A Nowo é, assim, um rebranding da Cabovisão, ainda que o nome oficial da empresa, detida pelos fundos Apax (França) e Fortino (Bélgica), vá continuar temporariamente o mesmo. O que interessa é que a nova identidade corporativa foi lançada, baseada no novo nome, num “logótipo moderno, simples e forte e numa comunicação clara, simples e divertida”. A cor predominante é o laranja, há uma música criada especialmente para a marca e o comediante Rui Unas foi o escolhido para dar voz aos anúncios publicitários na internet, na televisão, na rádio e nas campanhas de ativação de marca que vão decorrer nas próximas semanas.

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