Portugal coloca mais dívida com juros negativos
O Tesouro português conseguiu colocar 1.750 milhões de euros através de dois leilões de bilhetes do Tesouro (BT) com maturidades a seis e e 12 meses a taxas de -0,033% e -0,014%, respectivamente.
Portugal regressou hoje ao mercado para emitir dívida de curto prazo, tendo conseguido colocar mais de dois mil milhões de euros através de dois leilões, com a taxa de juro a fixar-se em valores negativos.
Numa emissão de bilhetes de Tesouro (BT), a seis meses (maturidades a 17 de março de 2017), o Tesouro conseguiu colocar 500 milhões de euros, tendo pago uma yield média de 0,033%. Essa taxa compara com uma taxa negativa de 0,015% do leilão realizado em agosto. Já a procura foi o dobro da oferta (2,04 vezes).
Na emissão a 12 meses (com maturidade a 22 de setembro de 2017), Portugal conseguiu 1.750 euros, a uma taxa de juro negativa em 0,014%, que compara com uma taxa positiva conseguida no último leilão comparável. Para esta linha a procura foi um pouco inferior, tendo correspondido a 1,6 vezes a oferta.
Conjuntamente, as duas emissões angariaram 2.250 milhões de euros, superando o objetivo inicial que oscilava entre 1.500 milhões e 1.750 milhões de euros
O resultado destes dois leilões foi bem acolhido pelo mercado. “Portugal continua a emitir com sucesso e os investidores continuam a ter apetite por dívida portuguesa. A seis meses a taxa de juro é mais negativa do que a taxa da emissão comparável realizada em agosto. A 12 meses a taxa desceu para negativa, quando tinha sido positiva há dois meses”, diz Filipe Silva.
“A conseguir taxas negativas nos dois prazos, não admira que Portugal tenha aproveitado para emitir 500 milhões de euros a mais do que o que tinha como objetivo, até porque nas últimas semanas houve um agravamento do prémio de risco da dívida portuguesa, sobretudo na dívida mais longa. As duas taxas negativas acabam por não ser grande surpresa porque estão em linha com o que está a ser praticado no mercado”, afirmou o diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa.
Os leilões de hoje já estavam previstos no programa de financiamento do IGCP do terceiro trimestre, sendo que esta é a terceira vez que a agência liderada por Cristina Casalinho vai ao mercado para financiamento de curto prazo desde julho, tendo conseguido arrecadar um total de 3.204 milhões de euros nas duas idas ao mercado anteriores.
À exceção dos prazos a seis e 12 meses que se gravam hoje, todas as restantes yields da dívida portuguesa aliviam no mercado secundário. Enquanto as taxas a seis e 12 meses avançam 3 e 0,6 pontos base, para -0,015% e 0%, a maturidade a 10 anos recua dois pontos base para 3,288%.
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