Marcelo: Feriado “nunca devia ter sido suspenso”

O Presidente da República começou o discurso no 1º de dezembro criticando a suspensão do feriado. Já o primeiro-ministro aproveitou para falar das relações com Espanha e a necessidade de abrir o país.

O feriado de 1º de dezembro “nunca devia ter sido suspenso“, afirmou o Presidente da República esta quinta-feira de manhã nas cerimónias de comemoração da Restauração de Independência de Portugal. Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou para deixar recados a quem gere o dinheiro público, exigindo independência ética.

Este é um regresso da figura máxima da República Portuguesa às comemorações deste dia de independência para o país, após anos de ausência. O discurso de Marcelo marca também a reversão do feriado nacional, depois da suspensão no Governo PSD/CDS. “O que nos une aqui hoje é Portugal. O Portugal intemporal”, começou o atual Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou a celebração da independência para pedir que esta se propague à política, às finanças, à economia e até à ética. O Presidente da República alertou para que não existam “sujeições” ou “subserviências” que ponham em causa a soberania do país, apelando a um fortalecimento da independência financeira e económica, nomeadamente na ética com que se gere o dinheiro público.

Sentimento anti-castelhano “não tem sentido no presente”

António Costa, responsável por reverter a eliminação do feriado de 1º de dezembro, celebrou a “restauração do feriado da restauração de 1640”. O primeiro-ministro citou Fernando Pessoa, Antero de Quental e até as conferências do Casino para deixar uma mensagem contra o nacionalismo, a xenofobia e o protecionismo.

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António Costa, primeiro-ministro, na Assembleia da República.Paula Nunes / ECO

No seguimento da visita de Estado dos reis de Espanha a Portugal, António Costa afirmou esta quinta-feira de manhã nas celebrações do 1º de dezembro que o sentimento anti-castelhano “não tem sentido no presente”. “Somos dois países cientes da identidade de cada qual“, assegurou o primeiro-ministro, referindo que há um histórico de colaboração em termos de defesa, com a NATO, na União Europeia e no “vasto universo ibero-americano plural e crescentemente integrado“-

Ciente de que “há interesses que juntos podemos fortalecer melhor”, António Costa apelou à construção de pontes em vez da tentação de construir muros. “Orgulhosamente acompanhados“, apelidou Costa a Portugal, demonstrando o interesse em receber, por exemplo, mais refugiados no país dada “a identidade aberta que bate no coração da nossa língua”.

Editado por Paulo Moutinho

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