Corte da OPEP? Costumamos aldrabar, diz a Arábia Saudita

A OPEP chegou a acordo para reduzir a oferta. Mas vai mesmo fazê-lo? O antigo ministro do petróleo saudita reconhece que o cartel tende a aldrabar na produção.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) conseguiu alcançar um acordo com vista à redução da oferta da matéria-prima. O objetivo é claro: puxar pelos preços. Mas isso só acontecerá se, efetivamente, o cartel cumprir. Mas o antigo ministro saudita do Petróleo diz que regra geral há quem não o faça.

Ali al-Naimi, o ex-ministro do petróleo da Arábia Saudita, diz que o acordo alcançado tem potencial para reequilibrar o mercado petrolífero. “A única arma que temos [para reequilibrar o mercado para puxar pelos preços] é travar a oferta”, diz à Bloomberg. Mas reconhece que isso não é fácil. “A parte triste é que regra geral nós aldrabamos”.

A OPEP acordou em cortar em 1,2 milhões de barris por dia, enquanto a Rússia e outros produtores fora do cartel comprometeram-se a reduzir a sua própria produção em mais de 600 mil. Esta decisão histórica levou a uma reação expressiva das cotações no mercado. O barril de petróleo disparou mais de 10%, chegando quase aos 55 dólares em Londres.

Em 2014, a Arábia Saudita opôs-se ao corte da produção, a menos que todos se comprometessem a fazer o mesmo. Como não havia esse compromisso, não aceitou.

Ali al-Naim também mantém alguma reserva quanto à participação da Rússia neste corte. “Irá a Rússia cortar a produção em 300 mil barris? Não sei. No passado não o fizeram”, nota.

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